Andy Murray teve uma passagem curta, porém bastante compartilhada, como treinador de Novak Djokovic, que não saiu exatamente como ele esperava. O ex-top 3 do tênis mundial trabalhou ao lado do atual dono de 24 títulos de Grand Slam por seis meses na ATP, um período em que Djokovic alcançou a semifinal do Australian Open, mas acabou se desligando da equipe após uma série de resultados abaixo do esperado.
Em entrevista ao jornal The Times, Murray revelou sua visão sobre essa experiência e deixou claro que, apesar das dificuldades, não se arrepende de ter aceitado o desafio. Ele também indicou o tipo de jogador que gostaria de orientar no futuro, sugerindo uma preferência por atletas com rotina mais próxima e rotina menos cansativa.
“No começo, eu estava curtindo bastante, mas os resultados não foram os que esperávamos, e tenho certeza de que para o Novak também não”, explicou. “Ainda assim, fico feliz de ter passado por essa experiência. Foi uma oportunidade única, pois pude conviver com um dos meus maiores rivais e um dos melhores atletas da história, tentando ajudar, aprender e entender sua forma de jogar. Isso foi fascinante.”
Um dos grandes desafios, segundo Murray, foi a distância entre eles. Djokovic estava morando na Espanha, o que exigia muitos deslocamentos e dificultava criar uma rotina de trabalho mais próxima, coisa que um jogador britânico, por exemplo, não demandaria com tanta intensidade. “Treinar alguém que mora longe exige mais tempo e energia. Quero focar em jogadores com quem eu possa passar mais tempo, sem precisar ficar longe da família durante as semanas sem torneios.”
Murray também falou sobre a dificuldade de assumir o papel de treinador tão logo havia encerrado sua carreira como jogador. “Foi complicado começar a treinar alguém assim que parei de jogar. Ainda é algo que eu acho incrível, mas não é algo que eu lançaria de cabeça novamente tão cedo. No momento, não sinto desejo de voltar a esse tipo de trabalho.”
A parceria entre Murray e Djokovic teve início em novembro do último ano, tendo como principal ponta na jornada a campanha do sérvio no Australian Open de 2024. No torneio disputado em Melbourne, Djokovic alcançou as semifinais, com uma vitória marcante sobre o jovem talento Carlos Alcaraz no caminho, mas precisou abandonar o confronto contra Alexander Zverev devido a uma lesão.
Desde então, a forma do sérvio apresentou altos e baixos, com eliminações precoces em eventos significativos como Qatar, Indian Wells, Monte-Carlo e Madrid, embora tenha chegado à final no Masters 1000 de Miami. Antes do ATP 250 de Genebra, Djokovic e Murray encerraram o trabalho em conjunto, somando um retrospecto de 12 vitórias e 7 derrotas.
Fonte: The Tennis Gazette
