A partir da próxima temporada da Major League Baseball (MLB), o beisebol mais famoso do mundo vai ganhar algo que parece saído de um filme de ficção científica: um sistema automático para definir bolas e strikes, o que é basicamente a regra que diz se o arremesso do pitcher é válido ou não. Essa tecnologia promete revolucionar não apenas o beisebol, mas toda a forma como julgamentos humanos são substituídos por máquinas no esporte.
O que são árbitros robôs?
Árbitros robôs são sistemas automatizados que utilizam sensores, câmeras e inteligência artificial para tomar decisões em tempo real durante as partidas. No beisebol, o sistema automatizado para bolas e strikes monitora a trajetória da bola e manda sinal verde ou vermelho para o árbitro se o arremesso foi dentro ou fora da zona de strike, aquela área imaginária que determina se a bola é “boa” para o rebatedor ou não.
Justiça vs diversão: o debate que vem do mundo inteiro
A implantação dessa tecnologia traz à tona um dilema que vem sendo discutido em vários esportes: será que a tecnologia ajuda a tornar as competições mais justas ou simplesmente torna tudo menos humano e emocionante? Muitos torcedores amam a emoção gerada por decisões polêmicas e que podem mudar o rumo de um jogo, enquanto outros preferem que o resultado seja o mais justo possível, mesmo que isso signifique menos controvérsias.
No tênis, por exemplo, o uso do VAR (variante do replay eletrônico para chamadas duvidosas) é crescente desde a década passada. Pauline Eyre, que foi árbitra de linha por 20 anos em Wimbledon e outros torneios internacionais de tênis, hoje domina o humor na carreira de comediante e comenta essa mudança. Segundo ela, apesar da tecnologia ajudar a evitar erros claros, a presença humana ainda mantém o sentimento do jogo, algo que a tecnologia não consegue replicar.
A tecnologia já impacta vários esportes
Além do beisebol e do tênis, outros esportes estão incorporando sistemas automatizados para apitar faltas, gols e até faltas de linha. No futebol, por exemplo, o árbitro de vídeo (VAR) já é usado em ligas importantes e Copa do Mundo para verificar lances polêmicos. O basquete usa câmeras para analisar os tiros de três pontos e o tempo.
Joe Lemire, escritor sênior do Sports Business Journal que cobre a intersecção entre esporte e tecnologia, destaca como essas mudanças podem transformar a experiência dos jogadores, árbitros e fãs, trazendo mais transparência, mas também desafios para a identidade dos esportes tradicionais.
E para o tênis brasileiro?
Aqui no Brasil, que tem uma forte tradição no tênis de saibro com ídolos como Gustavo Kuerten, a tecnologia também tem sido aliada, principalmente em torneios como o Rio Open. O uso do replay eletrônico para desafiar decisões de linhas está cada vez mais presente, trazendo justiça para quem está em quadra e agilizando o jogo para quem assiste.
O futuro dos árbitros no esporte
O debate segue aberto. Será que no futuro teremos árbitros humanos apenas para aspectos estratégicos do jogo e as máquinas cuidando do resto? Ou a emoção das decisões humanas continuará fazendo parte da narrativa do esporte? O importante é acompanhar essa evolução, que mesmo cheia de polêmicas, tem o objetivo final de tornar as competições mais justas e os jogos mais emocionantes.
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Fonte: WBUR
