A canadense Bianca Andreescu, que surpreendeu o mundo do tênis ao conquistar o US Open em 2019 aos 19 anos, tem refletido sobre os altos e baixos de sua carreira e os desafios de alcançar tanto sucesso ainda tão jovem. Naquele ano inesquecível, Andreescu venceu três torneios importantes, incluindo os Masters 1000 de Indian Wells e o Rogers Cup em Toronto, além do título de Grand Slam nos Estados Unidos. Na final do US Open, ela derrotou a lendária Serena Williams em sets diretos, por 6-3, 7-5, marcando um dos momentos mais emblemáticos daquela temporada.

Antes desse ápice, Bianca jamais tinha passado da segunda rodada em um Grand Slam, o que torna seu triunfo ainda mais impressionante, mas também trouxe expectativas altas e uma pressão que, segundo ela, foi difícil de administrar sem a orientação adequada. Em entrevista ao Tennis 365, a jogadora destacou que a falta de suporte após o título nos Estados Unidos foi uma barreira e que muitos progressos poderiam ter ocorrido se ela tivesse tido guias mais experientes naquele momento.

“Conquistar sucesso em qualquer idade é difícil, mas quando você é um adolescente e tudo acontece tão rápido, não é fácil”, declarou Bianca. “Eu acho que poderia ter me beneficiado de alguma orientação depois da vitória no US Open. Talvez as coisas teriam sido diferentes, mas também acredito muito em aprender com os erros, é assim que crescemos como pessoas.”

Desde 2019, no entanto, a trajetória da canadense tem sido marcada por lesões frequentes que prejudicaram seu desempenho nas quadras. Em 2025, por exemplo, Andreescu precisou disputar o qualificatório em dois Grand Slams, ficando de fora do chaveamento principal em ambos. Recentemente, no WTA 1000 Wuhan Open, ela venceu sua primeira partida no qualifcatório, mas acabou eliminada na segunda rodada contra Anastasia Zakharova.

Essa fase de recuperação e adaptação tem mostrado à tenista que retornar ao seu extinto melhor nível não será tarefa simples. Em suas palavras, o ritmo de jogo perdeu intensidade por conta das pausas forçadas pelas lesões, o que exige paciência e empenho para readquirir suas referências em quadra. “Eu sou uma pessoa totalmente diferente da que eu era em 2019, naquela época eu não tinha expectativas, ninguém realmente me conhecia, e eu não tinha tanta responsabilidade. Muita coisa mudou desde então, especialmente depois de não jogar a temporada de 2020 inteira”, explicou.

A jovem atleta também comentou sobre o impacto psicológico de disputar as fases qualificatórias de torneios após já ter alcançado um título de Grand Slam. “Disputar o qualificatório é um golpe no ego, mas preciso deixar isso de lado”, afirmou. “Ganhar o US Open foi há muitos anos, e muita coisa aconteceu desde então. Ainda tenho grandes ambições e sei do que sou capaz. Encontrar o equilíbrio entre ser paciente e ao mesmo tempo ter aquela determinação para voltar ao topo é complicado.”

Para Bianca Andreescu, um dos passos fundamentais será retomar o ritmo e o instinto nas quadras, algo que o tênis exige ponto a ponto. “No tênis, muitas vezes é um ponto aqui, outro ali, e se você consegue aprimorar esses instintos, isso faz toda a diferença. Mas realmente não é fácil, principalmente para mim, que fiquei muito tempo fora por lesões.”

Bianca Andreescu segue sua jornada com foco em voltar a brilhar no circuito WTA, trazendo na bagagem a experiência de quem já conquistou feitos grandiosos e a determinação de superar as dificuldades que o caminho lhe apresentou.

Fonte: Tennis Up To Date