Emma Raducanu decidiu encerrar sua temporada de 2025 antecipadamente, após enfrentar dificuldades físicas durante o último período da temporada, especialmente na Ásia. A jovem britânica de 22 anos não participou dos torneios de Tóquio e Hong Kong para focar na recuperação, e agora aguarda ansiosamente uma possível classificação como cabeça de chave para o Australian Open, em janeiro de 2026.

Depois de dois anos complicados por lesões em 2023 e 2024, Raducanu viveu sua primeira temporada completa sem grandes interrupções. Em 2025, ela atingiu a marca pessoal de 50 jogos disputados e participou de todos os principais eventos do circuito WTA, incluindo os quatro Grand Slams e os 11 torneios da categoria WTA 1000 — feitos inéditos em sua carreira.

Um destaque positivo foi a confirmação da continuidade da parceria com seu treinador Francisco Roig, ex-treinador de Rafael Nadal, o que traz estabilidade para a britânica. Essa colaboração vem ajudando Raducanu a construir uma rotina mais equilibrada e consistente nos torneios, dando a ela uma base para avançar no próximo ano.

No entanto, o último trecho da temporada mostrou os desafios ainda presentes. Sob condições de calor e umidade extremas durante a gira asiática, ela precisou abandonar a partida contra Ann Li em Wuhan e teve um resultado decepcionante logo na sequência, perdendo na primeira rodada do torneio de Ningbo.

Quando em boa forma física, Raducanu deslanchou momentos que chamaram a atenção, como a campanha até as quartas de final no Miami Open e até as semifinais no Washington Open, ambos eventos WTA 1000. Sua performance em Wimbledon também foi empolgante, especialmente na partida de terceira rodada contra a número 1 do mundo, Aryna Sabalenka, que aconteceu sob o teto do Centre Court e durou horas, mostrando algumas das melhores jogadas da carreira da britânica desde sua surpreendente campanha no US Open de 2021.

A temporada, porém, trouxe alguns momentos difíceis fora das quadras. Em Dubai, Raducanu teve que lidar com um espectador com comportamento obsessivo, e ainda teve que administrar a fase sem treinador depois que Nick Cavaday se afastou por problemas de saúde no início do ano. Apesar destas adversidades, ela conseguiu retomar o ritmo e teve sua melhor participação em um torneio WTA 1000 em Miami, composta com o apoio de Mark Petchey.

Nos Grand Slams, os resultados foram marcados por altos e baixos. No Australian Open, a jovem começou bem, mas sofreu a pior derrota da carreira na terceira rodada para Iga Swiatek — atual número 1 do mundo — perdendo por duplo 6-1. A rivalidade contra Swiatek continuou no Rio Open, com nova derrota. Em Wimbledon, ela chegou perto de uma vitória histórica contra Sabalenka, mas acabou caindo. No US Open, sofreu mais uma derrota expressiva, desta vez contra Elena Rybakina.

Um ponto de atenção fica para o desempenho de Raducanu diante das principais rivais, especialmente as do top 10 mundial: terminou o ano com um retrospecto de 1 vitória e 10 derrotas contra essas adversárias. A única vitória sobre uma jogadora do top 10 foi contra Emma Navarro, durante seu caminho às quartas no Miami Open.

Apesar disso, a britânica mostra que está muito próxima de brigar neste nível. Amanda Anisimova, por exemplo, que começou 2025 sendo derrotada por Raducanu duas vezes, inclusive no Australian Open, teve um 2025 muito mais expressivo, disputando duas finais de Grand Slam, conquistando dois títulos WTA 1000 e alcançando o quarto lugar no ranking mundial — mostrando o quanto um pouco mais de consistência pode fazer diferença.

Raducanu optou por jogar toda a gira asiática pela primeira vez, pulando a disputa da Billie Jean King Cup para focar em subir no ranking. No entanto, passou por momentos dolorosos, desperdiçando três match points contra Barbora Krejcikova no Korea Open e mais três contra Jessica Pegula no China Open. Viradas assim por detalhes fizeram a diferença para que a temporada tivesse outro desfecho.

Mesmo com as dificuldades recentes, Emma aparece no 27º lugar da WTA Race, consolidando-se como uma das 30 melhores do mundo. Isso deve garantir a ela uma posição entre as cabeças de chave no Australian Open 2026, um passo importante para a confiança e projeção da carreira.

Raducanu encerra 2025 com uma base sólida, a confiança de seu time técnico, e uma vontade grande de evoluir. A parceria com Francisco Roig e o corpo de apoio indicam que a britânica, que é a número 1 do Reino Unido, está pronta para dar o próximo salto e disputar com força a temporada que vem.

Fonte: The Independent