No tênis profissional, é bastante comum encontrar jogadores que têm origens multiculturais e histórias de vida que atravessam vários países e continentes. Essas conexões diversas muitas vezes ajudam esses atletas a se adaptarem melhor ao estilo de vida global do esporte e a desenvolverem um jogo versátil. No Esporte Tênis, reunimos 10 tenistas que se destacam não só pelo talento na quadra, mas também pelas fascinantes trajetórias que unem diferentes culturas e lugares ao redor do mundo, e que estão em alta no circuito em 2024.
Jasmine Paolini
A italiana Jasmine Paolini, que recentemente avançou à quarta rodada do WTA 1000 de Cincinnati, nasceu e vive na Toscana, mas suas raízes vão muito além da Itália. Seu pai, Ugo, é italiano, e sua mãe, Jacqueline, traz uma herança mista: a avó materna, Barbara, é polonesa e mora em Łódź, enquanto o avô materno, Salomon, é ganês e vive em Copenhague, o que conecta Jasmine à Escandinávia. Multilíngue, ela fala italiano, polonês e mais uma língua, e tem mostrado grande evolução no circuito, chegando a finais consecutivas de Grand Slam em 2023, no Roland Garros e Wimbledon. Em entrevista, Paolini brincou sobre como suas origens influenciam seu estilo: “Talvez a parte ganesa me dá velocidade na quadra, a parte polonesa determinação, e a energia italiana faz a diferença. É uma mistura da qual tenho muito orgulho.”
Lulu Sun
Com uma história de vida que atravessa continentes, Lulu Sun nasceu na Nova Zelândia, filha de mãe chinesa e pai croata. Passou parte da infância na China e na Suíça e até jogou tênis universitário no Texas. Esse mosaico cultural reflete no seu estilo: “Minha mãe me ensinou disciplina e força de vontade; meu pai traz o jeito descontraído da Croácia; a parte suíça é mais neutra, e da Nova Zelândia, levo a paixão por aventura”, contou à imprensa. Em 2023, Lulu treinou na Eslováquia e depois na Flórida para se preparar para a temporada de 2024.
Cameron Norrie
O britânico Cameron Norrie nasceu na África do Sul, cresceu na Nova Zelândia e se mudou para o Reino Unido, onde seus pais nasceram (pai escocês e mãe galesa). Posteriormente, ele foi para os Estados Unidos jogar na Texas Christian University, onde conheceu o técnico argentino Facundo Lugones, que o acompanha até hoje. Seu percurso por diferentes países lhe deu uma visão ampla e ajudou a construir um tênis sólido em todas as superfícies. Norrie destacou que mudar-se do pouco estruturado circuito da Nova Zelândia para a Inglaterra foi fundamental para seu desenvolvimento.
Alex de Minaur
O australiano Alex de Minaur nasceu em Sydney, mas sua mãe é espanhola e ele cresceu dividido entre a Austrália e a Espanha, o que proporcionou uma adaptação natural a três tipos diferentes de quadra: saibro na Espanha, e quadras rápidas e grama na Austrália. Em 2024, essa experiência se traduziu em campanhas sólidas nos três principais Grand Slams de saibro, grama e piso duro, alcançando quartas de final consecutivas em Roland Garros, Wimbledon e US Open.
Alejandro Davidovich Fokina
Com uma herança familiar que mistura Suécia, Rússia e Espanha, Davidovich Fokina nasceu na Espanha e hoje mora em Mônaco. Ele enfrentou desafios internos ao tentar conciliar as diferenças culturais de sua família, mas conseguiu encontrar equilíbrio com ajuda profissional. Em 2025, comemora o auge de sua carreira até o momento, com três finais e o melhor ranking da carreira, o 18º do mundo.
Naomi Osaka
A campeã de quatro Grand Slams Naomi Osaka tem uma história multicultural ainda mais ampla: sua mãe é japonesa, ela cresceu nos Estados Unidos – principalmente em Nova York e Flórida – e seu pai é haitiano. Essa diversidade ajudou Osaka não só no esporte, mas também a construir uma carreira comercial milionária, aparecendo diversas vezes na lista da Forbes das atletas mais bem pagas do mundo, incluindo um recorde histórico de US$ 60 milhões em um único ano.
Emma Raducanu
Raducanu é outra estrela com um passado multicultural: filha de um pai romeno e mãe chinesa, nasceu no Canadá e representa a Grã-Bretanha, para onde se mudou ainda criança. Além de dominar o tênis, Emma impressiona com suas habilidades linguísticas, chegando a agradecer fãs chineses em mandarim após a conquista do US Open 2021. Sua multiculturalidade amplia sua conexão global, sendo um exemplo de grife internacional no tênis.
Leylah Fernandez
Rival de Raducanu na final épica do US Open 2021, Leylah Fernandez nasceu em Montreal com uma herança que inclui um pai equatoriano e uma mãe canadense de origem filipina. Ela vive atualmente em Miami, onde o espanhol predomina, e fala pelo menos três línguas fluentes – inglês, francês e espanhol. Sua diversidade cultural amplia seu apelo e conecta fãs de diversas regiões do planeta.
Denis Shapovalov
Nascido em Tel Aviv, Israel, e filho de mãe judia-ucraniana e pai russo, Shapovalov mudou-se para o Canadá ainda bebê e cresceu em um ambiente onde a mãe, que foi jogadora e técnica, desempenhou papel crucial em sua formação. Hoje morando nas Bahamas, Denis considera a mãe a principal responsável por sua paixão pelo tênis.
Gabriel Diallo
Outro canadense que vem chamando atenção é Gabriel Diallo, nascido em Montreal, filho de mãe ucraniana e pai guineense. Falante de inglês, francês, russo e com conhecimentos de espanhol, Diallo tem uma trajetória que inclui anos nos Estados Unidos jogando torneios universitários pela Universidade do Kentucky. Em 2025, ele quebrou barreiras ao entrar no top 35 do ranking após ótimas atuações, incluindo título ATP e quartas de final em Madri.
Esses 10 jogadores mostram que a diversidade cultural e o contato com diferentes estilos e mentalidades podem ser grandes aliados no tênis profissional, oferecendo a esses atletas uma visão mais rica do esporte e da vida, que se reflete dentro de quadra.