Nos últimos dois anos, o tênis masculino tem sido dominado por duas estrelas: o espanhol Carlos Alcaraz e o italiano Jannik Sinner. Estes dois jovens talentos dividiram os oito Grand Slams mais recentes, conquistando quatro títulos cada um, numa disputa que vem rendendo finais épicas e partidas históricas.
Este ano não foi diferente: Alcaraz e Sinner faturaram duas vezes cada um em torneios grandes, e curiosamente se enfrentaram em três das quatro finais de Grand Slam disputadas até agora. No Aberto da França, no saibro de Roland Garros, Alcaraz venceu uma batalha insana que durou mais de cinco horas, com parciais de 4-6, 6-7, 6-4, 7-6, 7-6, garantindo sua vitória na segunda final mais longa da história dos Grand Slams na Era Aberta.
Em Wimbledon, no gramado sagrado do tênis mundial, Sinner revidou e levou a melhor, vencendo por 4-6, 6-4, 6-4, 6-4. Já no recente US Open, disputado em quadras rápidas, foi Alcaraz quem levantou o troféu ao derrotar o italiano por 6-2, 3-6, 6-1, 6-4.
Além das grandes finais, os dois se encontraram em outras decisões importantes, como o ATP 500 de Roma, no saibro, com vitória para o espanhol, e o ATP Masters 1000 de Cincinnati, onde Sinner teve que abandonar por questões físicas.
Mas foi uma declaração do lendário Roger Federer que chama atenção para a rivalidade entre esses dois fenômenos. Ex-número 1 do mundo e detentor de 20 títulos de Grand Slam, Federer comentou ao jornal italiano Corriere Della Sera que acredita que os diretores de torneios estariam intencionalmente tornando as quadras mais lentas para favorecer que Alcaraz e Sinner cheguem às finais com frequência.
“Eu entendo os diretores dos torneios que, conforme suas orientações, tentam deixar as quadras mais lentas”, disse Federer. “Isso beneficia aqueles que precisam jogar pontos espetaculares para vencer o Sinner, porque se a quadra for rápida, talvez bastem alguns golpes bem colocados para vencer. Os diretores pensam: ‘Prefiro ver Sinner e Alcaraz na final, sabe?’. De certa forma, isso funciona para o tênis.”
Essa declaração surpreende, especialmente vindo de Federer, que viveu uma das maiores rivalidades do tênis com Rafael Nadal, seu eterno adversário, com 40 confrontos diretos, sendo 16 vitórias para o suíço e 24 para o espanhol.
Apesar disso, Federer demonstra grande admiração pelo momento vivido por Alcaraz e Sinner. Ele destacou que todos no circuito sabiam do talento excepcional dos dois, mas o que impressiona é o domínio tão precoce que exercem no tênis masculino.
“Eu acho essa rivalidade extraordinária para o tênis”, afirmou Federer. “Na minha opinião, já sabíamos que eles eram muito bons, mas provavelmente não esperávamos que dominassem assim desde o começo. Tenho que admitir: é realmente impressionante, e também fantástico para o esporte. Ao mesmo tempo, fico me perguntando até quando vão conseguir manter esse ritmo: eles parecem facilitar a chegada à final, mas eu estive lá e não é nada fácil.”
Essa análise reforça o status desses dois jovens não apenas como grandes promessas, mas como protagonistas atuais do tênis mundial, renovando um circuito que busca novas histórias e emoções.
Fonte: Tennis Up To Date
