No último sábado, uma cena incomum chamou atenção no US Open: a partida entre Maria Sakkari, da Grécia, e a brasileira Beatriz Haddad Maia começou no Louis Armstrong Stadium às 23h28 — bem mais tarde do que o previsto.
Esse adiamento foi causado por uma maratona da chave masculina, na qual o canadense Felix Auger-Aliassime eliminou em quatro sets o alemão e terceiro cabeça de chave Alexander Zverev. A partida masculina, que durou apenas 70 minutos, terminou à 0h38 de domingo, liberando a quadra para o duelo feminino.
Beatriz Haddad Maia, que vem se destacando como a principal tenista brasileira da atualidade, expressou sua gratidão pelo público que permaneceu até o fim: “Obrigado a todos que ficaram até o final. Sei que era muito, muito tarde, mas vocês estão apoiando o tênis feminino, e isso é muito importante para nós.”
O US Open, um dos quatro Grand Slams do tênis mundial e o único disputado em quadra rápida nos Estados Unidos, adotou no ano passado uma norma em que o árbitro do torneio pode transferir partidas que não tenham começado até às 23h15 para outra quadra, evitando atrasos ainda maiores. Uma fonte da Associação de Tênis dos Estados Unidos informou que decidiram manter Sakkari e Haddad Maia na quadra Armstrong após o quarto set entre Auger-Aliassime e Zverev.
Vale destacar que este foi o sétimo início mais tardio na história do US Open em Flushing Meadows, e ocorreu exatamente um ano após o recorde estabelecido por Aryna Sabalenka e Ekaterina Alexandrova, cuja partida noturna começou às 0h07 (hora local).
Para Haddad Maia, não é novidade jogar tarde: em 2022, ela entrou em quadra contra Bianca Andreescu às 23h38.
Além do US Open, a questão do horário das partidas em torneios importantes também tem sido tema de debate no mundo do tênis, com Roland Garros (saibro) e o Australian Open enfrentando desafios parecidos. Wimbledon, por exemplo, adota um limite de horário às 23h.
Enquanto Sakkari e Haddad Maia iniciavam seu duelo, outro jogo do dia ainda estava em andamento: Tommy Paul enfrentava Alexander Bublik no Arthur Ashe Stadium, entrando no quinto set à 1h da manhã.
No início da sessão noturna de sábado, Iga Swiatek, número 1 do mundo e grande estrela polonesa, mostrou sua força ao virar um set contra Anna Kalinskaya.
Tommy Paul também protagonizou uma maratona em seu jogo da segunda rodada na quinta para sexta-feira, vencendo Nuno Borges após 4 horas e 25 minutos, com o final da partida às 1h46 da manhã.
Esses horários extremos mostram como o US Open desafia jogadores, fãs e organização, ao mesmo tempo que entregam partidas vibrantes e inesquecíveis. Para Beatriz Haddad Maia, avançar para a quarta rodada com o apoio do público mesmo após a meia-noite mostra que o tênis feminino brasileiro está cada vez mais forte e presente no cenário mundial.
Fonte: NS News