Em uma mudança histórica, o tradicional torneio de Wimbledon decidiu romper uma antiga tradição ao retirar os títulos de ‘Miss’ e ‘Mrs’ dos nomes das campeãs femininas no quadro de honra do evento. A alteração foi anunciada em 2022 pelo All England Lawn Tennis Club, responsável pela organização do Grand Slam disputado em quadras de grama, e marca um passo importante na luta por igualdade de gênero no tênis.

Até então, as mulheres campeãs eram listadas com esses títulos de cortesia, enquanto os homens apareciam somente com seus nomes completos, sem qualquer prefixo. A decisão veio para uniformizar essa prática, adotando a mesma forma de consagrar os vencedores independentemente do gênero.

Uma das maiores entusiastas da iniciativa foi Billie Jean King, uma verdadeira lenda do tênis mundial e ativista pelos direitos das mulheres no esporte. Norte-americana e ex-número 1 do mundo, Billie teve seu nome listado como “Mrs. L.W. King” após seu casamento com Larry King, advogado e corretor imobiliário. Mesmo após a separação do casal em 1987, ela continuou usando o nome do ex-marido, tanto pessoalmente quanto profissionalmente. Com a nova regra, agora ela aparece registrada no quadro de campeãs como “B.J. King”. Em 27 de maio, King celebrou a mudança em seu perfil no X (antigo Twitter), escrevendo: “Sensacional ver o #Wimbledon fazendo essa mudança tão importante. #IgualdadeParaTodos”.

Apesar da aclamação geral, nem todos ficaram satisfeitos com a decisão. O sérvio Novak Djokovic, um dos maiores nomes do tênis atual, expressou surpresa e certa nostalgia pela tradição, afirmando que achava o costume muito especial e não esperava que fosse removido. Por outro lado, Alexandra Willis, porta-voz do torneio, explicou que algumas tradições — como o uso de roupas brancas e o jogo em grama — são parte essencial da identidade do torneio, mas outras precisam evoluir com o tempo, respeitando a vontade de jogadoras e jogadores.

Nas redes sociais, a reação foi esmagadoramente positiva, com muitos fãs celebrando o avanço para reconhecer as conquistas das mulheres plenamente, sem as referências aos seus maridos. Comentários destacavam a importância de dar crédito exclusivamente à atleta que conquistou o título, independente do estado civil. Um internauta manifestou entusiasmo: “Por que creditar a qualquer outra pessoa numa placa histórica a não ser quem realmente conquistou? Sempre vamos honrar você, Billie Jean King!” Outros questionaram a manutenção dos nomes antigos no quadro, pedindo a atualização geral dos registros para que a evolução fosse completa.

Além disso, a mudança pôs fim à prática, comum no passado, de identificar as mulheres casadas pelos nomes e iniciais dos maridos, um costume que reforçava o posicionamento da mulher subordinada ao marido no esporte e na sociedade.

Essa alteração também é simbólica para outras modalidades esportivas que vêm enfrentando debates sobre igualdade de gênero e reconhecimento justo das atletas. Wimbledon, como um dos torneios mais tradicionais do calendário do tênis mundial, mostra assim que é possível respeitar a história ao mesmo tempo em que se adapta aos valores modernos.

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Fonte: Scoop via Upworthy