Adriano Panatta, campeão do torneio de Roland Garros em 1976 e um dos grandes nomes da história do tênis italiano, deu sua opinião sobre a atual safra de estrelas do circuito ATP. Para ele, Carlos Alcaraz, da Espanha, e Jannik Sinner, da Itália, pertencem a uma ‘categoria diferente’ em relação aos demais jogadores da elite do tênis mundial.
Nos últimos dois anos, esses dois jovens talentos dominaram os principais torneios do esporte, dividindo entre si todos os oito títulos de Grand Slam disputados. Em 2024, essa disputa segue acirrada: os dois dividiram os quatro maiores títulos do ano e chegaram a se enfrentar em três finais.
A temporada começou com Jannik Sinner levantando o troféu do Australian Open, após vencer Alexander Zverev, da Alemanha, em uma partida de três sets (6-2, 7-6, 6-3). Em seguida, no saibro de Roland Garros, Carlos Alcaraz levou a melhor num duelo épico contra Sinner, vencendo depois de mais de cinco horas de partida e cinco sets tremendamente disputados (4-6, 6-7, 6-4, 7-6, 7-6). Essa final tornou-se a segunda mais longa da história dos Grand Slams na Era Aberta, com direito a momentos dramáticos como Sinner tendo três match points no quarto set, todos salvos por Alcaraz, que acabou quebrando o serviço do italiano no game seguinte para virar o jogo.
No tradicional gramado de Wimbledon, Sinner mostrou sua força e superou Alcaraz na final por 4-6, 6-4, 6-4, 6-4. Já no US Open, Alcaraz voltou a vencer o italiano com parciais de 6-2, 3-6, 6-1, 6-4. O que chama atenção é que desde o Australian Open, os dois já se enfrentaram em cinco finais consecutivas de torneios importantes, incluindo os Masters 1000 de Roma e Cincinnati. Alcaraz conquistou os dois títulos, sendo que em Cincinnati Sinner teve que abandonar a final devido a um problema de saúde.
Panatta, com seus 75 anos, destacou em entrevista ao programa italiano La Domenica Sportiva que vê pouca chance para rivais superarem esses dois talentos a curto prazo:
“Eles estão em uma categoria diferente. Não consigo ver como os outros podem vencê-los. O Sinner é incrivelmente consistente, enquanto o Alcaraz é muito completo, com várias soluções em quadra. Neste ano, eles dividiram os Grand Slams, mostrando um nível altíssimo. Claro, jovens como Musetti, Shelton e Draper também têm talento, e o brasileiro João Fonseca vem mostrando potencial, mas Jannik e Carlos estão em outro patamar. Não consigo enxergar uma derrota deles para esses jogadores atualmente.”
Além da admiração pública de Panatta, a rivalidade entre Alcaraz e Sinner também é marcada por respeito mútuo. Após a final de Wimbledon, Alcaraz comentou em entrevista que competir contra Sinner o faz evoluir como tenista:
“Estou muito feliz por ter essa rivalidade com ele. Acho que é ótimo para nós e para o tênis. Sempre que jogamos, nosso nível é altíssimo. Para ser sincero, não vejo outro duelo entre jogadores com um nível tão elevado quanto o nosso. Como já disse várias vezes, essa rivalidade está ficando cada vez melhor. Estamos construindo um confronto excelente, disputando finais de Grand Slams, Masters — os melhores torneios do mundo. Vai só melhorar. Sou grato por isso porque me motiva a dar 100% em cada treino, todos os dias, para ser melhor graças a essa disputa. O nível que preciso manter e elevar para vencer o Jannik é realmente alto.”
A crescente rivalidade entre Alcaraz e Sinner promete manter o tênis masculino animado e repleto de partidas emocionantes nos próximos anos, e a torcida brasileira acompanha de perto, na expectativa de ver João Fonseca também brilhar internacionalmente.
Fonte: Tennis Up To Date