Quando Alex Eala entra em quadra, parece que ela está escrevendo um novo capítulo na história do tênis das Filipinas — e desta vez não foi diferente. Aos 20 anos, a jovem tenista voltou a brilhar no US Open, conquistando vitórias inéditas para o país.

Em março, durante o Miami Open, Eala já havia chamado a atenção do mundo do tênis ao vencer três campeãs de Grand Slam e alcançar sua primeira semifinal no circuito WTA. Com essa campanha, ela se tornou a primeira filipina a chegar tão longe em um evento WTA, a primeira a derrotar uma jogadora top 10 e a primeira a entrar no top 100 do ranking mundial.

Mas foi no US Open que a jovem atleta levou o orgulho nacional a outro nível. No domingo, ela venceu a cabeça de chave número 14, Clara Tauson, por 6-3, 2-6, 7-6(11), na primeira rodada, marcando a primeira vitória da história para uma jogadora das Filipinas na chave principal de um Grand Slam. A partida foi emocionante: depois de estar perdendo por 1-5 no set decisivo, Eala reagiu de forma impressionante e, no ponto da vitória, caiu no chão emocionada ao ver Tauson errar a última bola.

“Me sinto muito abençoada por ser a primeira a conquistar isso”, disse Eala na coletiva logo após a partida. “Tenho muito orgulho de representar meu país. Isso dá um significado maior ao que faço, algo que vai além de mim.”

A torcida foi uma parte fundamental desse momento especial. O US Open é realizado em Flushing Meadows, perto de Little Manila, em Queens, bairro conhecido pela grande comunidade filipina em Nova York. Os fãs locais fizeram uma festa e incentivaram muito Alex, como se o jogo estivesse acontecendo no Arthur Ashe Stadium, principal arena do torneio.

“É muito especial”, comentou Eala sobre o apoio da torcida em sua entrevista na quadra. “Ser filipina é algo que me enche de orgulho. Não tenho um torneio em casa, então poder sentir essa energia da minha comunidade aqui no US Open me fez sentir em casa.”

A trajetória de Alex Eala é marcada por muito talento e dedicação. Ela começou a treinar na renomada Rafael Nadal Academy, na Espanha, aos 13 anos. Ao longo da carreira juvenil, conquistou títulos de duplas no Australian Open 2020 e no French Open 2021. Em 2022, fez história ao vencer o US Open juvenil, se tornando a primeira filipina a faturar um troféu de Grand Slam no simples nesse nível. Esse título a colocou em evidência nas Filipinas e rendeu até capa da revista Vogue local.

Sobre a importância de seu avanço para o tênis na região do Sudeste Asiático, Eala ressaltou seu otimismo com o crescimento do esporte: “É incrível ver o progresso do tênis no Sudeste Asiático. Hoje, por exemplo, uma jogadora da Indonésia também venceu sua partida. Eu a conheço há bastante tempo, fico feliz por ela e por outras atletas da nossa região que estão conquistando espaços.”

Esta atleta da Indonésia é Janice Tjen, de 23 anos, que venceu a cabeça de chave 25 Veronika Kudermetova por 6-4, 4-6, 6-4, tornando-se a primeira indonésia a ganhar uma partida na chave principal de Grand Slam desde 2003, quando Angelique Widjaja triunfou em Wimbledon. Janice Tjen enfrentará Emma Raducanu, campeã do US Open 2021, em busca de uma boa campanha.

Outro destaque asiático vem do lado masculino: o jovem de 21 anos Coleman Wong, de Hong Kong, conquistou a primeira vitória para o tenis masculino de sua região na era Open, derrotando Aleksandar Kovacevic na primeira rodada do US Open.

Apesar de toda a atenção crescente, Eala mantém os pés no chão, creditando seu sucesso a uma rotina de trabalho e a uma equipe que a apoia desde criança. Em junho, chegou a sua primeira final de WTA no torneio de Eastbourne, mostrando evolução constante.

Às jovens mulheres do tênis asiático, Alex deixa uma mensagem inspiradora: “Tudo é possível, basta sonhar grande.”

Essa trajetória da talentosa filipina é, sem dúvida, uma das mais empolgantes do tênis mundial atualmente e promete inspirar uma nova geração de atletas na Ásia e no mundo.

Fonte: Yahoo Sports