
Alexandrova ganha confiança em Wimbledon após vitória rara em tiebreak contra Sabalenka
6 de julho de 2025 às 18:00
Em Wimbledon, um dos torneios mais tradicionais do tênis mundial disputado na grama de Londres, Ekaterina Alexandrova tem mostrado uma evolução impressionante nas disputas de tiebreaks, especialmente depois de uma vitória marcante contra Aryna Sabalenka, atual número 1 do mundo.
Sabalenka, que domina os tiebreaks em 2025 com um incrível aproveitamento de 16 vitórias e apenas 1 derrota, cedeu seu único tiebreak do ano para Alexandrova na disputa realizada em Doha, no início da temporada. Essa estatística chamou a atenção até da polonesa Iga Swiatek, outra grande estrela do circuito, que alertou Alexandrova da importância desse feito.
A relação de Alexandrova com os tiebreaks, principalmente no terceiro set, era até recente de muita instabilidade. Até maio de 2023, a russa havia perdido 16 de 17 tiebreaks decisivos que disputou em níveis importantes do circuito. No entanto, a trajetória começou a mudar e hoje ela já venceu quatro dos últimos cinco nesses momentos de pressão, mesmo que o retrospecto geral ainda não seja dos melhores.
“Eu tento entender o que está dando errado”, comentou Alexandrova. “Mas vencer um tiebreak contra a Sabalenka me dá uma confiança enorme. Se você consegue bater a número 1 assim, dá para acreditar que consegue em outros momentos também.”
Essa confiança pôde ser vista na partida contra Sonmez em Wimbledon, onde, mesmo após perder o saque no momento decisivo do segundo set, ela se recuperou mentalmente para dominar o tiebreak e avançar no torneio.
Além do braço firme nas horas decisivas, 2025 tem sido um ano memorável para a russa. Ela conquistou seu quinto título da carreira, sendo este o primeiro em nível WTA 500, em Linz, na Áustria. Também alcançou quatro semifinais no circuito e já soma um equilíbrio de 5 vitórias e 3 derrotas contra jogadoras do Top 10 do mundo, incluindo vitórias contra nomes como Mirra Andreeva, Zheng Qinwen e Jessica Pegula.
Alexandrova atribui grande parte dessa evolução ao seu treinador Igor Andreev, que começou a trabalhar com ela em novembro passado. “Ele vê o jogo de uma forma diferente”, diz. “Agora, eu tento usar mais variações, diferentes tipos de golpes e combinações. Antes, eu só tentava bater forte e torcer para dar certo. Com ele, se algo não funciona, tento outra coisa até encontrar o que está funcionando naquele dia.”
A adaptação ao estilo de jogo mais tático inicialmente não foi fácil para a jogadora que sempre foi conhecida pelo jogo agressivo e direto, mas agora ela vê maior profundidade e versatilidade em seu tênis.
Na grama, Alexandrova já mostrou sua qualidade ao ganhar dois títulos em ‘s-Hertogenbosch, na Holanda, em 2022 e 2023. Sua estreia em Wimbledon, ainda em 2016, foi numa classificação impressionante com duas partidas longas em sets decisivos, além de uma vitória surpreendente sobre Ana Ivanovic.
Apesar disso, ela permanece bastante humilde e realista sobre as dificuldades que a quadra de grama oferece. “Sempre é diferente, a bola pode quicar mais ou menos, e você precisa se adaptar o tempo todo”, explicou. “Nunca achei que jogar na grama fosse fácil, mas estar mentalmente preparado para a dificuldade ajuda a tornar as partidas mais suportáveis.”
Na edição de 2025, com diversas surpresas e quedas de favoritas, Alexandrova é a segunda jogadora melhor colocada no ranking que segue na disputa, com a 17ª posição mundial. Ela irá disputar a quarta rodada contra Belinda Bencic, adversária que venceu recentemente em Bad Homburg com um placar expressivo de 6-1 e 6-2.
Se o jogo exigirá adaptação constante, Alexandrova confia na evolução dos últimos anos e na experiência adquirida para aproveitar uma chance rara de brilhar ainda mais em um Grand Slam.
Fonte: WTA Tennis