O russo Andrey Rublev, um dos destaques do tênis mundial, revelou um motivo curioso por trás das dificuldades recentes em seu desempenho. Com 27 anos e uma temporada até aqui razoável, com 32 vitórias em 53 partidas, Rublev enfrenta um momento complicado de perda de consistência no circuito.

Nas últimas semanas, o tenista acumula quatro derrotas consecutivas, sendo eliminado precocemente em três torneios logo na primeira partida que disputou. No Hangzhou Open, ele foi surpreendido pelo francês Valentin Royer nas oitavas de final, perdendo em sets diretos por 6-4, 7-6. Na sequência, no China Open, foi derrotado por Flavio Cobolli na segunda rodada com parciais de 7-6, 6-3. Seu último desafio foi no Masters de Xangai, onde recebeu um bye na primeira rodada, mas acabou eliminado logo na segunda, aos 64 avos, pelo japonês Yoshihito Nishioka, em uma partida disputada (2-6, 6-1, 6-4).

Em entrevista para a mídia russa, Rublev fez uma grande revelação: ele acredita que seu jogo chegou a um “teto” e é preciso inovar se quiser continuar competitivo diante da nova geração que avança rápido no ranking da ATP. “Não é que os adversários descobriram meu jogo, é que o meu nível atingiu um limite. Ou eu continuo preso no top 20, com os jovens me empurrando para baixo no ranking, ou tento mudar tudo para dar uma guinada na minha carreira,” comentou o tenista.

Rublev ainda disse que a mudança a que se refere é ampla, praticamente um reinício de sua forma de jogar. O russo pretende se inspirar nos dois melhores do mundo atualmente: o espanhol Carlos Alcaraz e o italiano Jannik Sinner. Ambos dominam o circuito desde o começo de 2024, dividindo todos os títulos de Grand Slam do ano – oito no total – e protagonizando finais memoráveis entre si.

“Vou tentar adaptar algo parecido com o que Sinner e Alcaraz fazem, começar a assistir mais partidas deles para entender suas estratégias,” explicou Rublev.

Enquanto essa nova geração brilha, Rublev teve uma campanha decepcionante nos Grand Slams deste ano. Pela primeira vez desde 2020, ele não chegou às quartas de final de nenhum grande torneio. No Australian Open, foi eliminado já na primeira rodada pelo jovem brasileiro João Fonseca em sets diretos (7-6, 6-3, 7-6). No saibro do Roland Garros, caiu na quarta rodada também em sets diretos para Sinner (6-1, 6-3, 6-4). Em Wimbledon, perdeu nas oitavas para Alcaraz em uma partida equilibrada (6-7, 6-3, 6-4, 6-4). No último Slam do ano, o US Open, viu sua trajetória terminar nas oitavas, derrotado pelo canadense Felix Auger-Aliassime por 7-5, 6-3, 6-4.

Apesar desses percalços, Rublev ainda teve motivos para comemorar em 2024: conquistou o título do ATP 250 de Doha, no Qatar, em fevereiro, ao vencer o britânico Jack Draper na final com parciais de 7-5, 5-7, 6-1.

Agora, com vontade de se reinventar, o russo encara o desafio de evoluir seu jogo para voltar a figurar entre os melhores do mundo, em meio a uma nova geração que não para de crescer.

Fonte: Tennis Up To Date