Você já imaginou trocar a raquete de tênis por um taco de golfe e ainda assim ser o centro das atenções? Foi exatamente isso que Andy Murray fez, e agora ele sonha grande — sonha em conquistar o Open Championship após uma estreia surpreendente no torneio Alfred Dunhill Links, na Escócia.
Lenda das quadras com três títulos de Grand Slam e duas medalhas de ouro olímpicas, Murray encerrou sua carreira no tênis em agosto do ano passado. Com 38 anos, ele descobriu uma nova paixão nos fairways e mergulhou de cabeça no mundo do golfe competitivo, sempre com um sorriso largo.
Começo promissor na Escócia
Falando em feitos de destaque — Murray tem se destacado em torneios pro-am, incluindo as últimas duas edições do BMW PGA Championship, um dos principais eventos do golfe europeu. Mas seu desempenho recente no Alfred Dunhill Links chamou mesmo atenção. Em parceria com o profissional Eddie Pepperell, no icônico campo Carnoustie, a dupla fez sete tacadas acima do par na primeira rodada. Embora estivessem 10 tacadas atrás dos líderes Jack Senior e Deri Desmond, Murray conseguiu até superar o astro da Ryder Cup, Tyrell Hutton, por algumas tacadas — um feito e tanto para um novato. Vale lembrar que Hutton havia acabado de garantir uma vitória apertada por 15-13 pela Europa na famosa competição por equipes realizada no campo Bethpage Black.
O sonho do Open Championship
E é aí que a ambição de Murray fica clara. Ele quer se classificar para o Open Championship de 2027, um dos mais tradicionais e difíceis torneios do golfe mundial, que é disputado nos campos históricos da Grã-Bretanha. Em entrevista recente, admitiu que o caminho será desafiador, mas está disposto a melhorar seu jogo para encarar esse desafio. “Alguns amigos meus, que são golfistas de alto nível, já conseguiram se classificar,” contou ele, animado. “Se eu conseguir ser bom o suficiente, acho que vai ser divertido. Joguei o campeonato do clube em Beaverbrook há alguns meses e, sinceramente, adorei cada segundo.”
Murray também ressaltou a alegria pelo golfe: “Foi o golfe mais divertido que já joguei. Quanto mais jogo, menos gosto de simplesmente bater bola só pela companhia. Não sei se vou conseguir participar de todos os eventos, mas estou doido para tentar. Estou surpreso com a disposição dos profissionais em ajudar. Passar cinco horas com alguém que se esforça tanto não deve ser tão divertido para eles, né?”
Disciplina e dedicação de uma lenda
Se tem uma coisa que conhecemos do Murray tenista, é a dedicação total. Com o apoio da Callaway, sua patrocinadora que fornece treinadores de primeira linha, o campeão de Wimbledon está focado em seu sonho para 2027. E os filhos já notaram a mudança: “Meus filhos acham que eu sou golfista agora,” contou rindo. “Eles ficam perguntando ‘Pai, por que você joga todo dia?’ Eu não tocava em um taco há 12 anos por causa de uma cirurgia nas costas que fiz aos 20 anos. Até os pés doíam quando eu treinava.”
Desde que pendurou as raquetes, Murray sente que a vida melhorou: “Desde que me aposentei, estou bem — acho que o tênis era o verdadeiro problema,” refletiu. “O golfe preencheu um vazio para mim. Eu simplesmente amo. Sempre tem algo para melhorar, diferentes aspectos do jogo para trabalhar, e isso nunca fica chato.”
Ele mantém o mesmo espírito competitivo de sempre: “Se não tenho compromisso, estou no campo às 9 da manhã e só saio para buscar as crianças na escola. Acho que é o atleta em mim. Passar o dia inteiro no centro de treinamento, ir para a academia, fisioterapia — isso é normal pra mim. Talvez eu faça mais que a maioria, mas posso porque não tenho um emprego convencional das 9 às 5.”
Poucos poderiam imaginar esse rumo surpreendente na carreira de Andy Murray, mas ele parece aproveitar cada momento dessa nova fase. Ele está saciando sua ânsia de competição no golfe e, quem sabe, em 2027 o veremos caminhando pelos lendários links para fazer história mais uma vez. Será este o começo de um novo legado?
