Andy Murray, ex-número 1 do mundo e ícone do tênis britânico, fez uma reflexão sincera sobre sua experiência como técnico de Novak Djokovic, uma das maiores lendas recentes do esporte. O escocês descreveu o período trabalhando ao lado do sérvio como “uma experiência incrível”, mas admitiu que ficou desapontado por não ter ajudado Djokovic a alcançar os resultados que gostaria.

A parceria entre Murray e Djokovic surpreendeu o mundo do tênis quando foi anunciada antes da temporada de 2025. Para relembrar, Novak contrata um de seus principais rivais históricos para assumir o papel de técnico menos de três meses após a aposentadoria oficial de Murray, que se despediu das quadras nas Olimpíadas de Paris 2024.

Durante o bate-papo no The Tennis Podcast, Murray revelou que já imaginava o desafio enorme que seria essa função. “Você está trabalhando com um dos melhores tenistas e atletas de todos os tempos, então sabia que seria extremamente desafiador”, disse ele. Ele ressaltou que, assim como ele mesmo foi em sua carreira, Djokovic é um personagem exigente e intenso na forma como encara o tênis.

O início do trabalho conjunto foi positivo, com Djokovic alcançando as semifinais do Australian Open, onde protagonizou uma grande vitória sobre Carlos Alcaraz, então uma das sensações do circuito. Outro ponto alto foi a final do Masters de Miami, em março de 2025. Entretanto, a parceria também teve altos e baixos: o sérvio acabou caindo nas primeiras rodadas em torneios importantes, como Doha, Indian Wells, Monte Carlo e o Master 1000 de Madrid.

Um fator que marcou os primeiros meses foi a lesão sofrida por Djokovic em Melbourne, que atrapalhou a sequência do trabalho. Murray comentou sobre aquele momento delicado: “No Australian Open, ele jogou um tênis que, na minha opinião, foi absurdo de tão bom. Vi partidas incríveis dele, e a equipe também estava impressionada. Mas depois da lesão, foram meses difíceis, tanto para ele quanto para o time. Isso me deixou desapontado, porque acho que não conseguimos os resultados que eu queria para ele.”

O ex-campeão também trouxe aprendizados na experiência como treinador. “Aprendi muito sobre o que é ser técnico. Estar jogando nesse nível me fez descobrir as minhas forças e fraquezas como treinador, coisas que preciso melhorar. Eu me dediquei ao máximo, até noite adentro assistindo e editando vídeos de jogos para enviar a ele.”

Além disso, Murray afirmou que manteve uma boa relação com os membros da equipe de Djokovic e segue em contato com vários deles.

Apesar do término da parceria, anunciado em 13 de maio após seis meses de trabalho, Murray não se arrepende. “Fico feliz por ter passado por isso, foi uma experiência incrível, mas, claro, desapontado por não termos alcançado tudo que eu esperava”, concluiu.

Essa união, embora breve, nos mostrou os bastidores complexos do tênis de alto nível, onde a convergência entre ex-rivais pode gerar aprendizados e desafios únicos.

Fonte: Tennis365