A ausência de Jannik Sinner e Carlos Alcaraz no Masters 1000 de Shanghai abriu uma enorme oportunidade para o restante do elenco da ATP buscar a vitória. Quem será que vai aproveitar essa chance?
Depois de conquistar o título em Tóquio, Carlos Alcaraz decidiu se retirar do torneio chinês alegando fadiga e uma pequena lesão. Já Jannik Sinner, que levantou o troféu em Pequim há poucos dias, teve que abandonar sua partida de terceiro round contra Tallon Griekspoor devido a câimbras.
Com os dois principais jogadores do mundo fora da disputa — juntos, eles somam impressionantes 11 títulos nesta temporada (8 de Alcaraz e 3 de Sinner) — o quadro em Shanghai ficou totalmente aberto. Além disso, os outros campeões do ano em Masters 1000, como Jack Draper (Indian Wells), Jakub Mensik (Miami), Casper Ruud (Madrid), Ben Shelton (Toronto) e o próprio Alcaraz em Monte Carlo, Roma e Cincinnati, estão ausentes ou eliminados no torneio chinês.
Quem vai agarrar a oportunidade para faturar o penúltimo Masters 1000 da temporada? As atenções naturalmente se voltam para dois jogadores experientes e acostumados a campanhas profundas: Novak Djokovic e Daniil Medvedev.
Djokovic é o favorito, mas Medvedev pode surpreender
Novak Djokovic, com seus 40 títulos de Masters 1000 (quatro deles em Shanghai), é o claro favorito nas casas de apostas. Ele é o jogador com maior número de conquistas na categoria, superando muito Medvedev, que tem seis títulos, incluindo o de Shanghai em 2019.
O sérvio tem sido notavelmente consistente nos Grand Slams em 2025, alcançando as semifinais em todos os quatro majors, ficando atrás apenas de Sinner e Alcaraz no desempenho geral. Já classificado para a fase de oitavas, Djokovic enfrenta Jaume Munar nesta terça-feira e pode reencontrar jogadores como Gabriel Diallo ou Zizou Bergs antes de encarar um possível duelo com Holger Rune.
Apesar do favoritismo, uma nuvem paira sobre Djokovic: ele não ergue um troféu de Masters 1000 desde Paris-Bercy em 2023 e tem um modesto aproveitamento de 7 vitórias e 4 derrotas na categoria em 2025, tendo chegado à final apenas em Miami, onde perdeu para o jovem tcheco Jakub Mensik. Mesmo assim, Shanghai continua sendo um terreno favorável – onde Djokovic mantém impressionantes 87% de aproveitamento.
Na outra metade da chave, Medvedev é o jogador mais experiente restante, com 10 finais de Masters 1000 disputadas e seis títulos no currículo. Porém, seus últimos resultados mostram dificuldades: o russo recentemente encerrou sua parceria com o técnico Gilles Cervara e até agora em 2025 disputou apenas uma final (em Halle, onde caiu para Alexander Bublik). No Masters 1000, sua melhor campanha do ano foi uma semifinal em Indian Wells. Apesar disso, Medvedev tem uma grande chance de virar o jogo em Shanghai, especialmente por estar entre os favoritos para outra final.
A oportunidade perfeita para uma nova estrela brilhar
Ganhar um Masters 1000, mesmo sem encarar Alcaraz ou Sinner, é um feito enorme na carreira de qualquer atleta. Jogadores como Holger Rune, Alex de Minaur, Félix Auger-Aliassime, Lorenzo Musetti e Jiri Lehecka lutam para conquistar seu primeiro troféu neste nível.
Rune, campeão em Paris 2022, busca retomar o bom momento após campanhas inconsistentes no circuito. Já De Minaur, Auger-Aliassime e Musetti, todos já vices em Masters 1000, brigam para finalmente garantir um título desse porte e seus nomes figuram do mesmo lado da chave, o que garante um finalista apenas entre eles.
Pode vir uma zebra?
O último jogador fora do Top 20 a conquistar um Masters 1000 foi Alexei Popyrin, que figurava no 62º lugar do ranking quando venceu Montreal em 2024. Shanghai pode muito bem apresentar outra surpresa com nove jogadores não cabeças-de-chave já nas oitavas de final.
Entre eles, destaque para Valentin Vacherot, 204º colocado do ranking e natural de Mônaco, que saiu do qualifying, eliminou Alexander Bublik e avançou para as oitavas após uma desistência de Tomas Machac – já o melhor resultado da carreira dele em Masters 1000.
Outros candidatos ao ‘feito da vida’ são Tallon Griekspoor, Gabriel Diallo, Giovanni Mpetshi Perricard, Zizou Bergs, Jaume Munar, Arthur Rinderknech, Nuno Borges e Learner Tien.
Com condições de umidade que têm desafiado a resistência dos atletas – Djokovic, por exemplo, vomitou duas vezes durante seu terceiro round –, e a perda de dois grandes favoritos antes das oitavas, o Masters 1000 de Shanghai está mais imprevisível do que nunca.
Quem vai aproveitar para entrar para a história?
Fonte: Tennis Majors
