O jovem tenista monegasco Valentin Vacherot vem protagonizando uma verdadeira história de conto de fadas no Masters de Xangai 2025. Grande parte desse sucesso se deve a uma figura muito especial ao seu lado: seu meio-irmão e treinador, Benjamin Balleret.
O sobrenome Vacherot está em alta após a campanha histórica que faz no torneio. Valentin não só se tornou o primeiro jogador de Mônaco a chegar às quartas de final de um ATP Masters 1000, como foi além, avançando para a semifinal ao derrotar o cabeça de chave número 10, Holger Rune. E o sonho só cresceu: ele garantiu presença na final após uma vitória surpreendente sobre a lenda Novak Djokovic, por 6-3, 6-4.
Antes desse torneio, a carreira de Vacherot era bem mais modesta. Seu principal resultado em Grand Slam foi sua única participação até então, no Aberto da França de 2024, quando caiu na primeira rodada. Seu melhor ranking na ATP havia sido o 110º posto, e ele iniciou o Masters de Xangai de 2025 ocupando o 204º lugar – justamente o ranking mais alto que Balleret alcançou em sua carreira.
Quem é Benjamin Balleret?
Benjamin Balleret é uma figura importante no tênis de Mônaco, tendo aberto caminho para jogadores locais em torneios de alto nível. Em 2006, ele foi o primeiro tenista do principado a alcançar a terceira rodada de um ATP Masters 1000, desempenho conquistado no prestigiado Masters de Monte Carlo.
Nascido em 15 de janeiro de 1983, Balleret vem de uma família profundamente ligada ao tênis: seu pai, Bernard Balleret, sua madrasta, Alexia Dechaume-Balleret, e sua tia, Virginie Paquet, todos praticaram o esporte. Além disso, a conexão no tênis se estende, pois Balleret e Vacherot são meio-irmãos e primos do francês Arthur Rinderknech, filho de Paquet.
A carreira de Balleret como jogador
Benjamin iniciou sua carreira profissional em 2001 e ainda está ativo, porém atualmente joga apenas a Copa Davis representando Mônaco. Seu último jogo oficial fora da Davis Cup foi em junho de 2016, em um torneio ITF na França, e ele não mantém ranking na ATP.
Segundo dados da ATP, sua carreira teve um retrospecto de 27 vitórias e 30 derrotas, acumulando cerca de US$ 363 mil em premiações. Para se ter uma ideia, Valentin Vacherot já assegurou mais de US$ 597 mil somente ao chegar à final do Masters de Xangai.
Curiosamente, Balleret é lembrado por protagonizar um dos mais longos tie-breaks da história do tênis, em 2013, quando disputou uma sequência de 70 pontos contra Guillaume Couillard, vencendo por 36–34.
De jogador a técnico e o crescimento de Vacherot
Desde 2022, Balleret tem atuado como treinador de seu meio-irmão, ajudando-o a retomar o rumo após temporadas difíceis. Agora, com o desempenho em Xangai, Vacherot deve atingir seu melhor ranking da carreira, aproximando-se do 58º lugar.
Em entrevista à ATP, Benjamin revelou que precisaram recomeçar do zero após os obstáculos. “Teve a lesão no ano passado e a gente estava tão perto do Top 100. É preciso começar tudo de novo, e isso foi muito difícil para ele aceitar. É um pouco emocional porque é meu irmão, eu o vejo crescer e sei o quanto ele quer isso”, contou.
“Às vezes sinto que ele quer demais. Começamos do zero, ele voltou da faculdade sem pontos. Eu acredito nele, ele acredita em mim e na minha experiência para ajudar. Por tudo isso, é emocionante.”
Após a vitória surpreendente contra Djokovic, Benjamin ficou impressionado: “Nem esperávamos jogar oito partidas aqui, não é apenas improvável, é impossível. Se você disser que vai do qualificatório até a final, as pessoas riem. É um conto de fadas, só isso.”
Um desfecho de família no Masters de Xangai
O clima na família está a mil com ambos os primos, Vacherot e Arthur Rinderknech, na final. Arthur eliminou o favorito Daniil Medvedev, o que torna o confronto ainda mais especial.
Balleret contou que os grupos de WhatsApp da família estão frenéticos: “Não tenho tempo para falar com todos, mas as conversas estão loucas. Todo mundo acredita. Dizem: ‘Vamos comprar 20 passagens de avião e ir’. Não sei o que acontece se Arthur vencer. Ele é supersticioso, talvez nem apareçam se ele for à final, e ficaremos assim. Vamos comemorar com a família quando voltarmos para casa.”
Essa ascensão de Vacherot, impulsionada pela experiência e apoio do irmão-treinador Balleret, coloca o jovem tenista de Mônaco como uma promessa crescente no ATP Tour, mostrando que histórias de superação e união familiar fazem o esporte ainda mais emocionante.
Fonte: Tennis365
