A temporada de 2024 tem sido um verdadeiro roteiro de altos e baixos para Coco Gauff. A jovem estrela do tênis, com apenas 21 anos, começou o ano enfrentando dificuldades, mas deu a volta por cima durante o período de torneios no saibro, conquistando o título do Aberto da França (Roland Garros). No entanto, a sequência positiva não se repetiu nos torneios de Wimbledon e US Open, onde a campanha foi decepcionante.
Após uma eliminação surpreendente logo na primeira rodada de Wimbledon e desempenhos apagados nos Masters 1000 de Cincinnati e Canadá, Gauff tentou dar um up em suas chances no US Open com uma mudança radical: a contratação de um novo treinador. Gavin MacMillan, ex-técnico de Aryna Sabalenka, assumiu o lugar de Matt Daly com a missão de reinventar o saque da americana — uma arma que historicamente tem sido um ponto fraco em seu jogo.
Mas a alteração aconteceu em cima da hora, às vésperas de um Grand Slam, algo pouco comum e de grande risco. Infelizmente, essa estratégia se mostrou insuficiente e tardia para surtir efeito no torneio.
Campanha complicada no US Open
No Aberto dos Estados Unidos, Gauff teve um começo moroso. Precisou de três sets para superar Ajla Tomljanovic na estreia e seguiu com dificuldade contra Donna Vekić na segunda rodada, que só foi decidida num tiebreak emocionante. Depois, goleou Magdalena Fręch com facilidade, mas ainda longe de seu melhor nível.
O ápice da deceção veio com a derrota surpreendente para Naomi Osaka, ex-número 1 do mundo e quatro vezes campeã de Grand Slam, que chegou a vencer Gauff em sets diretos, encerrando a campanha da americana em casa de forma melancólica.
Polêmica na troca de treinador
O impacto quase nulo da troca de técnico deixou a torcida e especialistas em dúvida se Gauff cometeu um erro ao mexer no time tão próximo do início do US Open. Steve Flink, jornalista respeitado e membro do Hall da Fama do Tênis, expressou publicamente sua incompreensão.
“Eu realmente não entendo por que o MacMillan foi escolhido como treinador, ainda mais essa decisão tomada na véspera do US Open”, disse Flink. “É uma tarefa impossível fazer uma mudança técnica tão significativa em um momento como esse. Você viu que ela ficou bastante emocionada e até chorou durante algumas mudanças de lado, o que é compreensível, já que era muito difícil se preocupar com a técnica enquanto tenta vencer um Grand Slam.”
Flink sugere que Gauff teria se beneficiado mais se tivesse deixado as mudanças para depois do torneio. “O ideal seria deixar ela jogar a competição, guardar essas alterações para depois, e então pensar em pular alguns torneios para se dedicar ao trabalho técnico. Talvez até encerrar a temporada mais cedo, para focar no saque e outra parte do jogo. Do jeito que fizeram, só a colocaram em uma situação ainda pior.”
Um jogo para esquecer contra Naomi Osaka
O jornalista detalhou o que viu na partida contra Osaka: “Você percebeu que ela estava um caos contra Naomi. Enquanto Osaka se mostrou muito sólida, quase toda segunda bola de serviço foi direcionada ao forehand da Gauff, que cometeu muitos erros não forçados tentando devolver. E mesmo o saque de Osaka não sendo dos melhores, ela foi esperta, pressionando a linha de fundo e forçando a americana a errar.”
Apesar da derrota dolorosa, Gauff demonstrou boa postura após o jogo e aceitou o revés com maturidade, mas era inevitável que uma quebra tão grande pudesse acontecer.
O que vem pela frente em 2025
Embora especialistas como Flink recomendem uma pausa para ajustes, é pouco provável que Gauff pule muitos torneios. Número 3 do mundo atualmente, ela ainda não garantiu vaga no WTA Finals de Riyadh, competição que venceu em 2023.
Atualmente, Gauff tem apenas 276 pontos a mais que a quarta colocada, Amanda Anisimova, e pode perder posições no ranking se decidir abrir mão de eventos importantes. Considerando que defende os pontos do título no China Open do ano passado, abandonar esses torneios significaria perder terreno importante e cair no ranking.
Apesar de todos os desafios, Gauff ainda tem tempo para virar o jogo e terminar a temporada 2025 em alta.
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Fonte: talkSPORT