Darren Cahill, respeitado treinador australiano no mundo do tênis, confirmou que seguirá ao lado do italiano Jannik Sinner, atual número 1 do ranking mundial e campeão recente do Australian Open e Wimbledon.

Nos últimos três anos, Cahill e seu parceiro de treinamento Simone Vagnozzi têm conquistado resultados impressionantes com Sinner, que vem se consolidando como uma das maiores promessas do tênis. Porém, cerca de um ano atrás, Cahill chegou a cogitar a aposentadoria, apesar de seus 60 anos ainda não o colocarem na típica idade de se aposentar do circuito.

O pensamento de se afastar não agradou Jannik, que declarou que mudar a decisão de Cahill seria seu “maior desafio”. Os três formam uma equipe muito próxima e unida, e o italiano só tem elogios para os dois treinadores.

“Meu futuro está nas mãos do Jannik”, afirmou Cahill. “Sou um homem de palavra. Fizemos uma aposta antes da final de Wimbledon: ele decide o que eu farei no próximo ano. Então a decisão não é minha – se ele quiser que eu fique, estarei aqui para ele.”

A final de Wimbledon em julho passado foi histórica, pois Sinner tornou-se o primeiro italiano a conquistar o título no All England Club. Cahill elogiou a dedicação do italiano e o clima da equipe: “Tudo está ótimo; estou 100% comprometido. Ele é um jovem incrível para trabalhar, e o time que temos é sensacional. Esses últimos três anos foram os melhores da minha vida.”

Cahill revelou que conversou com Sinner no ano passado sobre a possibilidade de buscar novos estímulos, seja com outras vozes na equipe ou mudanças estratégicas, mas que, por enquanto, isso depende do próprio jogador. “Quero que ele faça o que for melhor para ele, e se achar que é hora de mudança, vou apoiá-lo e até ajudar a encontrar a pessoa certa para a próxima fase.”

Após a derrota para Carlos Alcaraz na final do US Open, outra grande rivalidade no topo do tênis mundial, Sinner tem mostrado evolução significativa, especialmente em seu saque, que se tornou mais consistente, preciso e variado, incluindo saques com efeito kick e saques direcionados ao corpo do adversário. Além disso, ele vem treinando suas aproximações à rede para ampliar seu repertório.

Segundo Cahill e Vagnozzi, o trabalho vai além dos resultados imediatos. O objetivo é preparar Sinner para alcançar seu auge entre os 27 e 29 anos, mantendo uma trajetória constante de evolução. “Nosso papel como técnicos é, na verdade, preparar o jogador para que possa tomar decisões por conta própria e seguirmos em um processo natural de sermos substituídos.”

Simone Vagnozzi, que trabalha com Sinner há vários anos, tem sido fundamental na transformação do jogo do italiano e no desenvolvimento da sua confiança para experimentar novas táticas e golpes. Sinner frequentemente ressalta que Cahill é como um segundo pai, sempre sabendo o que dizer antes das partidas.

Essa parceria de sucesso é uma fórmula vencedora que dificilmente será alterada – afinal, em um esporte onde a confiança e a sintonia da equipe fazem toda a diferença, mudar algo que está funcionando pode ser arriscado.

Fonte: Nine Sports