
De Jovem Promessa a Campeã do US Open: A História Incrível de Lindsay Davenport
28 de junho de 2025 às 10:16
Antes de ser uma estrela do tênis mundial, Lindsay Davenport já dava sinais do seu talento numa final juvenil em 1990, em Virginia Beach, EUA. Foi lá que, como jovem jornalista freelancer, tive a chance de acompanhar de perto sua ascensão, sem imaginar que ela se tornaria uma das maiores da história.
Naquela época, eu estava começando minha carreira no jornalismo esportivo e cobria torneios juvenis para ampliar meu portfólio. Um deles foi o Campeonato Nacional Juvenil de Saibro da USTA para meninas até 16 anos, realizado no Virginia Beach Tennis and Country Club. O público era pequeno e as atletas finalistas ainda eram desconhecidas para mim e para quase todo mundo.
Entre elas, duas se destacavam: a cabeça de chave número 2 Kori Davidson e a número 4, a jovem Lindsay Davenport, que tinha acabado de vencer a favorita Jill Craybas nas semifinais. Logo que vi Davenport, com seus 14 anos recém-completados e impressionantes 1,88m de altura — dois dedos a mais que eu —, percebi que aquele era um diferencial.
Durante a partida, Lindsay mostrou que sua estatura e força física eram armas poderosas contra a Davidson, mais baixa e leve. Com um jogo sólido e agressivo, ela fechou a final em duplo 6-3, deixando claro que tinha talento de sobra para seguir em frente.
Em entrevista logo após o jogo, Davenport se mostrou humilde, explicando que talvez não tivesse jogado seu melhor até então, mas que aquele poderia ser o seu ápice até ali. Não só venceu o simples como, ao lado de Ditta Huber, conquistou também o título de duplas, levando para casa dois pingentes dourados com formato de bola de tênis — prêmios tradicionais da USTA para seus campeões nacionais.
Guardei essa reportagem num álbum de recortes, sem imaginar que, sete anos depois, eu veria a mesma Davenport brilhando nas semifinais do US Open, duelando contra a então superestrela Martina Hingis. Embora não fosse especialista, reconheci imediatamente seu estilo de jogo: poderosa, agressiva, aproveitando cada centímetro da quadra com seu saque e golpes certeiros.
Em 1997, Lindsay chegou ao topo ao conquistar o US Open, derrotando Venus Williams nas semifinais e Martina Hingis na final. No ano seguinte, venceu o cobiçado torneio de Wimbledon, superando ninguém menos que Steffi Graf — uma das maiores tenistas de todos os tempos.
Ao longo da carreira, Davenport acumulou 55 títulos de simples no circuito WTA, incluindo três Grand Slams, a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Atlanta em 1996 e a título do WTA Finals em 1999. Ela foi número 1 do mundo por impressionantes 98 semanas e faturou mais de 22 milhões de dólares em prêmios.
Nosso encontro naquele dia, mesmo breve, marcou minha vida como jornalista. É curioso como a gente cria uma conexão especial com atletas que acompanha desde o início. Lindsay Davenport seguiu brilhando, e eu ainda guardo com carinho o relato daquele dia, que me faz sorrir sempre que releio.
E você, já teve a sensação de “conhecer” um campeão antes mesmo dele conquistar o mundo?
Fonte: The Palm Beach Post