No mundo do tênis, poucos momentos emocionam tanto quanto a despedida de um ícone. Durante o maior torneio de saibro do mundo, Roland Garros, vimos uma homenagem histórica a Rafael Nadal, seu maior campeão. Agora, o Australian Open quer preparar uma despedida igualmente memorável para Novak Djokovic, um dos maiores nomes da história do esporte.

Craig Tiley, diretor do Australian Open desde 2006 e também CEO da Tennis Australia, revelou em entrevista exclusiva para o blog Esporte Tênis que esse momento será, sem dúvida, grandioso: “Tudo o que posso dizer é que vai ser grande”, comentou, enfatizando que espera que isso só aconteça daqui a muito tempo, já que Djokovic mantém alto nível de performance e não pretende se aposentar tão cedo.

Tiley é uma figura chave no cenário do tênis mundial. Sob sua liderança, o Australian Open ganhou fama de “Happy Slam” pelos seus esforços em inovação, atmosfera contagiante e instalações de primeira linha, ganhando o carinho dos fãs e jogadores. Sua proximidade com lendas do esporte como Roger Federer, Serena Williams, Rafa Nadal e, claro, Novak Djokovic, o permite compreender profundamente o impacto que cada um tem para o tênis.

Sobre sua relação com os jogadores, Tiley destacou: “A ligação com os jogadores é a parte que mais gosto. Tenho um respeito enorme por eles e tudo o que conquistaram. Serena e as irmãs Williams, por exemplo, foram fundamentais para o desenvolvimento do esporte feminino.”

Apesar de seu papel ser repleto de desafios, o maior deles sem dúvida foi a pandemia de COVID-19, que exigiu adaptações drásticas em meio a lockdowns, restrições de viagem, exigências de vacinação e outras complicações. “Também lidamos com incêndios florestais, tempestades de poeira, chuva e ventos fortes. A natureza é um adversário difícil no tênis ao ar livre”, contou.

O futuro do Australian Open também promete novidades. “Estamos planejando mudanças enormes para 2026, queremos que 50% da experiência no torneio seja diferente e mais interessante, tanto para o público quanto para os atletas”, revelou Tiley, sem dar muitos detalhes, mas deixando a expectativa no ar.

Sobre a recente experiência do US Open com o formato de duplas mistas, Tiley aprovou a iniciativa: “Foi fantástico. O tênis precisa inovar, trazer coisas novas e diferentes. O torneio United Cup, por exemplo, é um evento de 10 dias que mistura homens e mulheres em quadra, e tem sido um sucesso.”

Nas três semanas que um Grand Slam dura, o foco é total em proporcionar o melhor aos fãs e jogadores, oferecendo disputas de altíssimo nível, emoção e entretenimento. Segundo Tiley, “respondemos ao que o público quer e isso é fundamental para o crescimento do esporte.”

Por fim, quando questionado sobre como unir os principais jogadores em prol do tênis, o diretor foi otimista: “Vejo que cada vez mais eles se reúnem para discutir e fortalecer a voz dos atletas. Essa união só traz benefícios para todo o esporte.”

Enquanto aguardamos aquele dia em Melbourne em que Djokovic receberá a despedida que merece, fica claro que o Australian Open continuará sendo palco de grandes histórias, emoções e avanços no tênis mundial.

Fonte: Clay Tennis