A temporada de 2023 da WTA chegou ao fim com o encerramento das WTA Finals, onde Elena Rybakina conquistou seu primeiro título no torneio de fim de ano, superando a número 1 do mundo Aryna Sabalenka na final. Para quem não conhece, as WTA Finals reúnem as oito melhores tenistas da temporada em Riyadh, na Arábia Saudita, e são uma das competições mais prestigiadas do calendário feminino.

Antes desta temporada, Rybakina jamais havia avançado além da fase de grupos neste evento, o que torna a conquista ainda mais especial. No entanto, o que chamou atenção além do resultado dentro de quadra foi um gesto de desafio da tenista durante a cerimônia de premiação: na hora das fotos tradicionais com a CEO da WTA, Portia Archer, Rybakina se recusou a posar, sinalizando que existe uma tensão entre ela e a organização.

Essa animosidade estaria ligada ao drama envolvendo seu técnico Stefano Vukov. Após ter rompido com Vukov antes do US Open do ano passado, Rybakina o recontratou no início da temporada, mas a parceria foi abalada pelo banimento do treinador pela WTA, que alegou que ele infringiu o Código de Conduta. Portia Archer afirmou que Vukov a teria assediado e submetido a abuso mental, o que teria afetado a saúde da jogadora.

O ex-tenista profissional Andy Roddick e o jornalista Jon Wertheim debateram esse episódio no podcast “Served”. Roddick acredita que a relação entre Rybakina e a WTA tem vários problemas, enquanto Wertheim acha que a WTA agiu corretamente dentro do que julgava justo e que a controvérsia não se agravou além do esperado.

“Mas acho que demonstra algo o fato de ela ainda estar desafiadora em relação a essa situação. Isso assustou muita gente próxima à questão. Agora, estamos falando dela como uma futura campeã de Grand Slam, que acabou de ganhar 5 milhões de dólares e parece estar feliz e confortável com seu treinador — isso é algo bom. A situação poderia ter sido muito mais sombria, então devemos torcer para que tudo fique bem para todos os envolvidos”, comentou Wertheim.

No lado esportivo, a vitória de Rybakina elevou seu retrospecto contra Sabalenka para 6 vitórias e 8 derrotas. Ela também faturou o maior prêmio em dinheiro já pago no tênis feminino em um único torneio — um cheque de US$ 5.235.000. Sabalenka, líder do ranking e quatro vezes campeã de Grand Slam, viu seu sonho do primeiro título nas WTA Finals ser frustrado.

Curiosamente, Rybakina não era uma das grandes favoritas para levar o título em Riyadh, chegando ao evento cansada após esforços para se classificar e enfrentando uma lesão no ombro. Mesmo assim, ela supreendeu e dominou o torneio.

A edição de 2023 das WTA Finals teve ainda a estreia da jovem americana Amanda Anisimova, que garantiu vaga após boas campanhas nos Grand Slams de Wimbledon e US Open, além dos torneios WTA 1000 em Dubai e China, e uma final no Queen’s Club. No podcast “Served”, Roddick opinou sobre quem poderia ser a próxima campeã de Grand Slam entre Anisimova e Rybakina:

“Eu diria Rybakina, só porque ela é melhor no saibro, o que dá mais oportunidades — ela já venceu Roma antes. Não é a melhor superfície dela, mas acho que as limitações delas são parecidas. Será que ela tem 3.5 chances nos Slams contra 3 da Anisimova? Não sei.”

Vale lembrar que Rybakina já tem um título de Grand Slam: Wimbledon 2022, onde venceu Ons Jabeur na final. Em 2023, ela conquistou três títulos: Strasbourg Open, Ningbo Open e as WTA Finals. Com isso, terminou o ano como número 5 do mundo, enquanto Anisimova alcançou a melhor posição da carreira, fechando em 4º. No caminho do título nas finais, Rybakina também derrotou Anisimova.

Este ano da WTA tem sido repleto de emoção tanto dentro quanto fora das quadras, mostrando que o universo do tênis feminino vai muito além dos resultados e premiações — envolve também questões humanas e conflitos que impactam diretamente o desempenho das atletas.

Fonte: Yardbarker