Uma grande novidade para os fãs do tênis em todo o mundo: a expansão do complexo de Wimbledon, um dos torneios mais tradicionais e prestigiados do circuito mundial, está oficialmente confirmada após uma decisão favorável do Tribunal Superior do Reino Unido. A ampliação inclui a construção de mais 39 quadras, entre elas uma quadra principal com capacidade para 8.000 espectadores, tudo no terreno que antes abrigava o antigo clube de golfe [Wimbledon](/em/wimbledon/) Park.

Essa expansão tem sido alvo de polêmicas desde o início deste ano, quando a campanha “Save [Wimbledon](/em/wimbledon/) Park” (SWP), que luta pela preservação da área verde, entrou na justiça contra a decisão da Greater London Authority (GLA) que aprovou a quase triplicação do tamanho do All England Lawn Tennis Club, organização responsável pelo evento de Wimbledon.

O grupo ambientalista pedia que a decisão tomada em setembro de 2024 fosse anulada e que a questão voltasse para uma nova análise da GLA. No entanto, na última segunda-feira, o juiz Saini rejeitou o recurso, afirmando que a decisão original foi tomada dentro da legalidade e com base em critérios razoáveis.

Deborah Jevans, presidente do All England Club, comemorou a vitória: “Estamos diante de uma permissão robusta que nos permite criar um lar permanente para a competição de qualificação de Wimbledon, além de entregar 27 acres de belo parque público para a comunidade local, abrindo ao público um espaço que esteve fechado como campo de golfe privado por mais de um século.”

Apesar da decisão judicial, o grupo Save [Wimbledon](/em/wimbledon/) Park informou que planeja continuar lutando e explorar outras vias legais, pois argumenta que o terreno tem proteção especial e que a expansão poderia abrir precedentes perigosos para outras áreas verdes ao redor de Londres e do país.

Para os moradores das regiões de Merton e Wandsworth, onde o projeto será implementado, a preocupação é dupla: além da perda de um importante espaço verde, eles temem pelo impacto negativo de uma década de obras e transtornos. O terreno é classificado como “metropolitan open land”, ou seja, um espaço público protegido com status semelhante ao cinturão verde (green belt), o que complicaria a aprovação de empreendimentos.

Do outro lado, o clube aposta que a transformação do antigo campo de golfe em parque público e a modernização das instalações são legítimas e necessárias para garantir a continuidade e o prestígio do Grand Slam britânico. Além disso, o parque público contará com 9,3 hectares (23 acres) acessíveis durante o ano todo, não apenas no período do torneio.

Essa disputa remonta a 1993, quando o All England Club adquiriu o terreno do conselho municipal de Merton por £5,2 milhões, com a cláusula de que o espaço seria mantido apenas para lazer, recreação ou como área aberta — compromisso que os ativistas acreditam estar sendo violado.

O prefeito de Londres, Sadiq Khan, se manifestou a favor da expansão, destacando os benefícios econômicos, sociais, culturais e ambientais que o projeto trará para a cidade e o país, incluindo geração de empregos e novas áreas verdes.

Jules Pipe, vice-prefeito de Londres para planejamento, também aprovou a iniciativa, ressaltando que os ganhos superam claramente os possíveis impactos negativos.

Com essa decisão, Wimbledon dá mais um passo para se manter como referência mundial do tênis, combinando tradição com modernidade e abertura para a comunidade — um movimento que certamente continuará a ser acompanhado de perto por todos que gostam do esporte.

Fonte: The Guardian