Holger Rune chegou a 2025 cercado de grande expectativa e também muita pressão. Considerado por muitos como o terceiro pilar da nova geração do tênis, ao lado de nomes como Carlos Alcaraz e Jannik Sinner, o jovem dinamarquês tinha a missão de provar que o talento exibido em Paris, ainda em 2022, não foi apenas um lampejo, mas sim um indicativo do gigante que estava por vir.

Começo de Temporada Irregular

O início do ano, porém, não teve nada de fácil para Rune. Ele estreou com derrota em Brisbane e quase foi eliminado ainda na primeira fase do Australian Open, o primeiro Grand Slam da temporada, salvando-se por detalhes. No confronto contra Jannik Sinner, um dos grandes nomes do circuito, o dinamarquês mostrou garra e resistência em uma batalha física de quatro sets, mas não conseguiu usar aquela energia para engrenar de vez no torneio. Nas semanas subsequentes, o cenário pouco mudou: derrotas frustrantes, problemas de saúde e dificuldade para achar consistência. O ponto alto veio na Califórnia, durante o Masters 1000 de Indian Wells, onde Rune apresentou seu tênis mais explosivo dos últimos meses e chegou à final, reacendendo expectativas sobre seu potencial. Contudo, ele acabou derrotado na decisão e sofreu uma eliminação precoce logo em seguida em Miami, reafirmando a instabilidade da sua temporada.

Desafios no Saibro e na Grama

No saibro, sua superfície de predileção, Rune teve desempenho mediano: 4 vitórias e 4 derrotas nos quatro principais torneios, um aproveitamento aquém do esperado para um jogador com seu talento. Mesmo assim, um momento especial marcou esse período: a conquista do ATP 500 de Barcelona, um título que quebrou a seca de dois anos sem vitórias em eventos da ATP. Na final, ele superou um Carlos Alcaraz limitado por lesão, garantindo um troféu importante para recuperar a confiança. Já na grama, a situação não melhorou muito. Depois de abrir a campanha no ATP de Queen’s com vitórias convincentes, Holger teve uma queda brusca, sendo eliminado nas quartas de final e caindo logo na primeira rodada de Wimbledon, um dos quatro Grand Slams e torneio mais tradicional da temporada. Este foi um dos períodos mais difíceis da carreira dele em torneios de alto nível.

O Último Esforço nas Quadras Rápidas

O verão norte-americano representava a grande chance para Rune mudar o rumo da temporada. Surpreendendo a todos, ele se uniu ao lendário Andre Agassi para trabalhar seu jogo até Washington, sinal claro de que buscava uma reconstrução no circuito. Porém, um problema nas costas o forçou a desistir ainda antes de estrear. Mesmo assim, ele conseguiu avançar em alguns jogos em Cincinnati e Toronto, mas novamente o US Open, último Grand Slam do ano, trouxe frustração: numa partida emocional de cinco sets, ele caiu já na segunda rodada. Na sequência asiática, o desempenho foi melhor no papel, com duas quartas de final, mas faltou a consistência para avançar mais. Derrotas inesperadas, como a sofrida para Valentin Vacherot em Xangai, mostraram que oscilação ainda era uma marca forte naquele momento.

Um Final de Ano Amargo com Lesão Grave

O momento que parecia dar uma luz no fim do túnel para Holger veio na gira de torneios indoor, ambiente no qual ele historicamente joga bem. Em Estocolmo, ele vinha bem, alcançando as semifinais e até liderando contra Ugo Humbert após vencer o primeiro set. Infelizmente, uma grave lesão mudou tudo: um estalo próximo ao calcanhar e tornozelo esquerdo sinalizou que algo estava errado, e foi confirmado o pior, a ruptura do tendão de Aquiles. A temporada terminou ali, com necessidade de cirurgia e um longo período de recuperação pela frente, com alto risco de afastamento que pode se estender para 2026.

O Que Resta Para Rune?

Desde sua ascensão em Paris 2022, Holger Rune sempre foi visto como uma grande promessa com tremendo talento e uma competitividade aguçada que cativa fãs e adversários. Contudo, 2025 tinha tudo para ser o ano do alinhamento definitivo da carreira, mas acabou se tornando um teste muito duro, marcado por altos e baixos e essa lesão devastadora. Ele provou ser capaz de momentos brilhantes, como em Barcelona, mas faltou regularidade e resistência física para manter o ritmo. Agora, o maior desafio está em sua recuperação física e no psicológico após meses afastado e incertezas sobre seu futuro. Mas há esperança: apesar da dificuldade, Holger ainda é jovem, tem muito talento, e a chance de reescrever sua trajetória permanece. Em um esporte tão exigente, a superação pode ser o que define não só sua carreira, mas também o tipo de jogador e competidor que ele será ao retornar.

Fonte: Last Word on Sports