Iga Swiatek, a jovem estrela polonesa do tênis, promete retornar a Londres nos próximos meses para revisitar o lendário All England Club, palco da sua conquista mais impressionante até hoje. Em julho de 2025, aos 24 anos, ela conquistou seu primeiro título em Wimbledon e o sexto Grand Slam da carreira, atropelando Amanda Anisimova com um duplo 6-0 na final — um feito raro e surpreendente.
Apesar de um ano irregular, especialmente no saibro, sua superfície favorita onde coleciona quatro títulos do Aberto da França nos últimos seis anos, Swiatek terminará 2025 como a número 2 do mundo, posição que ocupa pelo quarto ano consecutivo — um marco de consistência em um circuito cada vez mais competitivo.
Uma tradição única de Wimbledon concede aos campeões de simples a membresia honorária do All England Club, permitindo-lhes acesso ao clube quando desejarem. Curiosa para vivenciar o ambiente da quadra mais icônica do tênis, livre da presença dos fãs e colegas durante os treinos, Swiatek já planeja a visita.
“Tenho muita vontade de voltar, mas não sei muito bem como funciona a entrada. Ouvi que o Federer uma vez tentou entrar sem o crachá e não deixou, então preciso me preparar”, contou a polonesa, referindo-se a um episódio em 2022, quando o suíço foi barrado por não apresentar seu cartão de sócio.
O sucesso em Wimbledon veio após meses desafiadores em 2025, especialmente no saibro, onde ela enfrentou derrotas inesperadas, apesar de uma semifinal no Aberto da França que reacendeu a confiança. Para se adaptar à grama, Swiatek investiu em uma preparação extra, participando de um torneio preparatório na Alemanha e ajustando sua tática para aproveitar melhor suas habilidades na superfície rápida.
“Qualquer temporada com um título em Wimbledon eu aceitaria sem pensar duas vezes. Estou muito orgulhosa desse feito, não esperava que ele acontecesse tão cedo. Pensei que precisaria de mais tempo para aprender a jogar bem na grama, mas me senti incrível”, disse a tenista.
Na semifinal contra Belinda Bencic, após um início equilibrado, Swiatek disparou vencendo 22 games seguidos até chegar a uma final dominada por completo. Seu domínio absoluta na decisão, com um duplo 6-0, foi a primeira vez na história de Wimbledon que a final feminina termina com um duplo ‘pneu’ desde 1911.
“Não pensei muito na forma como estava jogando, só queria ganhar e não dar pontos de graça”, relembrou. “Wimbledon é o sonho de todo jogador, e eu queria muito essa vitória. Foi uma experiência surreal disputar a final no Centro da Quadra, a pressão era enorme e todos comentavam sobre o nervosismo da Amanda, mas eu também estava extremamente tensa.”
Após a extenuante temporada, Swiatek visitou a sede de sua patrocinadora de roupas esportivas, a On, em Zurique, para cumprir suas últimas obrigações. Ela fez um breve descanso em Maurício e em dezembro já começa a pré-temporada para 2026, com planos de reduzir o número de torneios para focar mais no aprimoramento técnico e no preparo mental.
“Quero tentar pular alguns torneios onde não venho me saindo tão bem, para focar no treinamento e melhorar minha técnica. Acredito que isso vai me ajudar a jogar melhor sob pressão, pois meu corpo vai lembrar dos movimentos corretos”, explicou Swiatek. “Mentalmente, isso também aumenta minha confiança para chegar mais preparada às competições.”
Um dos grandes objetivos de Iga é conquistar o título do Australian Open para completar o Grand Slam da carreira, algo que só dez mulheres na história conseguiram. Ela sabe que o caminho não será fácil, principalmente com a número 1 Aryna Sabalenka e outras tenistas do top 10 fortalecidas nos últimos meses, mas está confiante e trabalhando com seu técnico Wim Fissette em uma estratégia para se manter no topo.
“Em 2025 aprendi muitas coisas que estou começando a aplicar, mesclando com meu estilo de jogo dos últimos anos. Meu objetivo é equilibrar essas habilidades, melhorar meu desempenho nas superfícies lentas e me sentir mais confortável com a variedade do meu jogo”, concluiu.
A trajetória de Swiatek em 2025 mostra que, mesmo enfrentando dificuldades, é possível se reinventar e alcançar feitos históricos. Com foco, técnica e mentalidade forte, ela figura como uma das grandes forças do tênis mundial para os próximos anos.
Fonte: The Guardian
