
Jamie Murray comenta a batalha entre Emma Raducanu e Jack Draper: ‘Ela precisa ser mais consistente’
18 de julho de 2025 às 12:40
Emma Raducanu ainda precisa encontrar uma consistência no seu jogo para ser vista no mesmo nível do jovem Jack Draper, na opinião do experiente Jamie Murray. Apesar de Draper ter saído de Wimbledon uma rodada antes que Raducanu, o britânico acredita que Draper está em uma posição muito melhor na carreira.
Jack Draper chegou a Wimbledon como cabeça de chave número 4 – a melhor posição entre os britânicos em um Grand Slam desde Andy Murray, em 2017. No entanto, foi eliminado na segunda rodada pelo veterano Marin Cilic, que conquistou vários títulos importantes, incluindo Wimbledon em 2017 e Queens Club. Mesmo com essa derrota, Draper, de 23 anos, ocupa atualmente o quinto lugar no ranking mundial, resultado de sua ótima temporada que inclui uma semifinal no US Open do ano passado e o título do Masters 1000 de Indian Wells em março.
Já Emma Raducanu avançou até a terceira rodada em Wimbledon, incluindo uma vitória impressionante sobre a campeã do torneio em 2023, Marketa Vondrousova, antes de perder para a número 1 do mundo, Aryna Sabalenka. Esta performance deu um sinal positivo para Raducanu, que entretanto perdeu a liderança britânica no ranking para Katie Boulter e Sonay Kartal, já que ocupa a 45ª colocação atualmente.
Para Jamie Murray, que é campeão de Grand Slam em duplas e destaque no tênis britânico, a rodada em que Raducanu parou é boa considerando seu chaveamento e adversários. Porém, ele alerta para não comparações precipitadas com Draper, que embala uma trajetória consistente e resultados expressivos recentes. “Emma teve um chaveamento favorável, enfrentando uma jovem britânica (Mimi Xu) na primeira rodada, mas sem ser cabeça de chave teve que enfrentar top players logo cedo”, comentou Murray em entrevista ao Mirror Sport.
“O terceiro round é um bom resultado. Ela teve uma partida competitiva contra a Sabalenka. Tomara que ela tenha um bom verão aqui na América. Mas não dá para comparar com o Jack, que já estava número quatro do mundo na época de Wimbledon e está constantemente somando resultados, mostrando que é um jogador de nível mundial e top.”
Murray destacou que Raducanu precisa vencer muitos mais jogos para ser vista como verdadeira ameaça nos principais torneios, apesar do sucesso que teve ao conquistar o US Open em 2021. “Claro que todo o hype é gigante por conta da história dela, mas Jack está em outra fase da carreira, em outro patamar.”
Draper, por sua vez, chegou a Wimbledon cheio de expectativas após um período brilhante, mas acabou derrotado pelo experiente Cilic. Murray, porém, defende o jovem britânico. “Foi um sorteio difícil, enfrentar o Cilic, que já ganhou Grand Slams, esteve em finais e é um ex-campeão de Queens e excelente jogador na grama. Tenho certeza que Jack voltará ainda mais forte nos próximos anos e ficará entre os melhores por muito tempo. Ele será um dos nomes que vão tentar chegar ao nível de jogadores como Jannik Sinner e Carlos Alcaraz nas maiores competições.”
Cabe destacar que Jamie Murray tem 39 anos, é uma referência no tênis britânico, tendo faturado a Copa Davis em 2015, e expressou também uma crítica ao sistema de formação de novos jogadores no Reino Unido. Ele observou que, apesar da aparente quantidade de 23 atletas britânicos nos torneios de simples de Wimbledon – o maior número desde 1984 –, a maioria deles entrou por convite (wild cards), o que diminui o significado do número.
“São 23 no quadro principal, mas 16 são wild cards, ou seja, só sete jogadores entraram por mérito direto entre homens e mulheres. Não são números bons para um país que investe bastante no esporte”, afirmou.
Além do tênis em quadra, Jamie Murray recentemente esteve em destaque por participar da campanha “Served at Speed” da Lexus, ao lado de Laura Robson. Juntos, eles bateram o recorde mundial do Guinness para o maior rali de tênis entre dois carros em movimento, com 101 golpes, e também pelo saque mais rápido, registrado a 46,67 km/h no teto de um carro em movimento.
Fonte: Mirror