Para muitos atletas, um ano pode ser decisivo para moldar uma carreira — impulsionando para o sucesso ou trazendo desafios difíceis de superar. Para a jovem tenista indonésia Janice Tjen, 23 anos, 2024 foi exatamente esse ano transformador, que a levou das posições mais modestas do ranking para o seleto grupo das top 80 do mundo no circuito da WTA.

De uma posição em torno do 580º lugar no ranking da WTA em outubro de 2023, Janice não só quebrou a barreira do top 100 em 2024, como alcançou a sua melhor marca pessoal ao chegar à 80ª colocação do ranking mundial. Essa evolução ficou clara na sua atuação nas quartas de final do WTA Chennai Open, torneio realizado na Índia, onde bateu com facilidade a campeã mirim de Wimbledon, Mia Pohankova, com um jogo cheio de golpes precisos e força.

Criada em um país apaixonado pelo badminton, Janice descobriu o tênis quase por acaso em uma viagem em família com Priska Nugroho, outra jovem promessa indonésia. “Nossos irmãos eram bons amigos, e foi assim que os nossos pais nos levaram para um torneio de clube de tênis. Foi lá que nós duas apaixonamos pelo esporte”, contou a jogadora.

Dedicada, Janice foi construindo sua carreira aos poucos. Em 2024, dominou o circuito ITF, faturando sete títulos de simples, seguidos por mais seis conquistas entre maio e julho. No circuito principal da WTA, ela foi vice-campeã do São Paulo Open em setembro e venceu o WTA 125 em Jihan, na China, pouco antes do torneio na Índia.

Outro marco importante aconteceu quando Janice tornou-se a primeira indonésia desde Angelique Widjaja, em 2004, a disputar a chave principal de um Grand Slam, ao garantir vaga no US Open — um feito histórico para o tênis do país.

Entretanto, a trajetória não foi fácil financeiramente para a família, que possui um negócio próprio. Os custos com viagens e treinamentos pesaram no orçamento dos pais. “Felizmente, o caminho universitário nos Estados Unidos apareceu como uma oportunidade para eu continuar evoluindo e me preparar melhor para o profissionalismo”, revela a jogadora.

O apoio dos pais foi fundamental para a decisão de jogar tênis universitário. “No começo, eu nem sabia direito o que era, mas meu pai, que conhece bastante gente, me explicou as competições e me incentivou. Ele conversou com minha mãe e eles concordaram em me enviar para os EUA. Se não desse certo como tenista profissional, pelo menos eu teria um diploma para seguir outra carreira.”

Em janeiro de 2021, Janice entrou para a equipe da Oregon State University, e depois transferiu-se para a Pepperdine University, em Los Angeles, onde finalizou sua carreira universitária. Ao ingressar no profissionalismo no ano passado, ela sabia que teria que enfrentar uma grande luta para chegar ao topo.

“Jogar em um nível alto ajuda financeiramente, graças aos prêmios maiores. Este ano será um teste para nós. Meu objetivo é competir no mais alto nível possível”, afirma Janice.

Nos resultados recentes, destacam-se suas vitórias nas quartas de final do WTA Chennai Open: no jogo principal, Janice Tjen derrotou Mia Pohankova por 6-3, 6-1, garantindo sua vaga na semifinal. Além disso, no torneio de duplas, formou parceria com Sutjadi para vencer Vaishnavi/Maaya com parciais de 6-2, 6-1.

Com uma trajetória que inspira, Janice Tjen mostra que com força de vontade e apoio, é possível superar as barreiras e brilhar no tênis mundial.

Fonte: The New Indian Express