Jessica Pegula, tenista número 4 do mundo, comentou sobre a polêmica mudança no formato da disputa de duplas mistas do US Open, o último Grand Slam da temporada. Apesar de reconhecer que a novidade pode atrair o interesse dos fãs, ela defende que os organizadores precisam melhorar a comunicação com os jogadores antes de implementar mudanças tão significativas.
O US Open, que será realizado em Nova York, anunciou em fevereiro que a competição de duplas mistas, que oferecerá um total de 1 milhão de dólares em premiação, acontecerá dias 19 e 20 de agosto, antes do início da fase principal de simples na semana seguinte. Além disso, o formato da disputa foi completamente reformulado.
Desta vez, o torneio contará com apenas 16 duplas, metade do número que participou em 2024, e a seleção das equipes será feita com base na soma dos rankings individuais de simples de cada dupla, concedendo ainda oito convites (wild cards). Os confrontos serão disputados em melhor de três sets, com sets curtos até quatro games, sem vantagem nos pontos, tie-break nos 4 a 4 e um tie-break especial de 10 pontos substituindo o terceiro set. A final será jogada em melhor de três sets até seis games.
Essas mudanças geraram críticas de importantes nomes das duplas, como os atuais campeões do US Open, Sara Errani e Andrea Vavassori, que consideraram as alterações “uma injustiça profunda” para quem se dedica ao formato. Pegula, que representa os jogadores no Conselho da WTA, reforçou que o processo foi pouco comunicativo e que isso causou desconforto entre os atletas.
“Me sinto honrada por terem me convidado para jogar. Vai ser muito legal, divertido e os fãs vão gostar bastante”, comentou Pegula em entrevista durante o Cincinnati Open, torneio preparatório para o US Open. “Mas, ao mesmo tempo, a forma como fizeram não foi das melhores. Eles simplesmente mudaram o formato sem avisar ninguém. Não houve diálogo.”
A americana ressaltou a necessidade de um canal mais aberto entre jogadores e organizadores: “Vocês conversaram com os jogadores? Pediram opiniões sobre como poderia ser melhor? A gente, como atletas, quer trabalhar para que essa comunicação flua melhor. Talvez, com feedback, a reação fosse diferente, menos turbulenta.”
O US Open reconheceu as críticas dos tenistas, mas reforçou que a reformulação visa impulsionar a duplas mistas ao colocar o evento em evidência e incentivar mais pessoas a praticar tênis. Pegula jogará com o compatriota Tommy Paul, em um torneio que também terá parcerias como Carlos Alcaraz e Emma Raducanu, além de Jannik Sinner e Emma Navarro.
Entretanto, a limitação do número de duplas pode prejudicar os jogadores especializados em duplas que viam nesta competição uma oportunidade de aumentar sua renda, segundo Pegula. “Não é bom ouvir atletas insatisfeitos porque não vão poder jogar e ganhar dinheiro com isso”, afirmou.
“Vai ser um evento bem bacana, mas gostaria que houvesse uma comunicação melhor com a gente”, finalizou a jogadora.
Na temporada de 2025, o US Open permanece um dos eventos mais prestigiosos do circuito, realizado nas quadras duras de Nova York, atraindo os principais nomes do tênis mundial tanto nas simples quanto nas duplas, com fortes atrações que mantêm a torcida ligada até o fim.
Fonte: The Star