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Expansão de £200 milhões em Wimbledon é liberada pela Justiça apesar de protestos ambientais

21 de julho de 2025 às 19:15

Uma grande expansão de £200 milhões na famosa sede do torneio de tênis de Wimbledon recebeu um importante aval judicial que libera o projeto para seguir adiante, apesar da resistência de grupos ambientalistas locais.

O All England Lawn Tennis Club (AELTC), conhecido mundialmente por sediar o torneio de Wimbledon — um dos quatro Grand Slams do tênis, realizado anualmente na Inglaterra desde 1877 — pretende ampliar suas instalações instalando 39 quadras novas e construindo um estádio para 8.000 espectadores. O objetivo é modernizar o complexo e se manter competitivo frente a outros Grand Slams, como Roland Garros (França), que é disputado em saibro, e o US Open (Estados Unidos).

A polêmica geração de debates começou quando Save Wimbledon Park (SWP), uma organização que defende a preservação do parque onde fica parte do complexo, entrou com um pedido judicial para impedir a obra. Eles alegam que a expansão desrespeita restrições históricas relacionadas ao uso da terra, especialmente um pacto legal que vigora desde a compra do terreno pelo AELTC em 1993 e que protege o patrimônio natural e cultural da área, considerada até um sítio histórico de grau II* com participação do renomado paisagista Lancelot “Capability” Brown.

No entanto, na última segunda-feira, o juiz Mr Justice Saini, da Alta Corte de Londres, rejeitou o pedido do SWP. Segundo o magistrado, a autorização dada pelo Greater London Authority (GLA) foi uma decisão de planejamento “racional e devidamente fundamentada, levando em conta todos os fatores relevantes”. A Prefeitura de Londres, através de seu vice-prefeito Jules Pipe, defendeu que o projeto trará “benefícios muito significativos” que superam os impactos negativos.

O prefeito Sadiq Khan, que inicialmente era para decidir sobre o caso, se declarou impedido e apoiou a decisão dizendo que isso “reforça a reputação de Wimbledon como o maior torneio de tênis do mundo e de Londres como capital esportiva global”.

Por outro lado, os opositores afirmam que o projeto pode causar danos importantes à biodiversidade local e elevar a poluição e os riscos de acidentes no entorno, uma área residencial e com grande circulação de crianças a caminho da escola. Entre os críticos está o comediante e escritor Andy Hamilton, que declarou ser “veementemente contra” a expansão, classificando o plano de “absurdo”.

Apesar das polêmicas, o All England Club destacou que o projeto também promove o acesso público, transformando um campo de golfe privado em áreas de uso público, com 27 acres de parque liberados para a comunidade. Além disso, promete investimentos de £15 milhões para melhorias no Parque Wimbledon, incluindo passarelas à beira do lago, um centro para esportes aquáticos e um playground para crianças.

Jogadores de elite como Novak Djokovic têm apoiado a expansão, enxergando como um “ganha-ganha”, enquanto o jovem espanhol Carlos Alcaraz chamou o projeto de “ótima ideia”. A falta de espaço para treinos no local e a realização das fases qualificatórias em Roehampton são apontadas como motivações para a ampliação.

Save Wimbledon Park já anunciou que irá recorrer da decisão judicial, argumentando que a GLA cometeu um erro legal na avaliação do estatuto especial do parque, e teme que a repercussão dessa decisão abra precedentes para outras construções em áreas verdes protegidas tanto em Londres quanto em todo o Reino Unido.

Enquanto isso, a comunidade esportiva e fãs do tênis acompanham atentos o andamento dessa disputa que pode transformar uma das casas mais tradicionais do tênis mundial.

Fonte: Evening Standard