A tenista britânica Katie Boulter, no momento lesionada, vive uma situação complicada em meio à preparação para a temporada 2026 do circuito feminino. Com a lista de inscritos para o Australian Open, primeiro Grand Slam da temporada, definida pelo ranking mundial do dia 8 de dezembro, a britânica tem seu lugar na chave principal ameaçado por conta da queda no ranking causada por uma lesão no quadril.

Boulter, que ficou afastada após abandonar seu jogo na primeira rodada do WTA Hong Kong Open em outubro, viu sua posição cair da 23ª para a 100ª colocação na temporada. A queda ocorre justamente em uma fase decisiva, já que a entrada direta no Australian Open costuma contemplar as 104 melhores do ranking, mas várias vagas são reservadas para jogadores com rankings protegidos — ou seja, Boulter corre risco de não entrar direto na chave principal.

Em entrevista ao BBC Sport, Katie comentou o duro dilema que está vivendo: “É quase como se eu tivesse que escolher entre meu corpo e meu ranking. Eu sei qual é a escolha certa, mas é difícil, pois todos os outros estarão jogando e ultrapassando minha posição.” Isso porque, para garantir a entrada direta no Open da Austrália, ela cogita disputar o WTA 125 Challenger em Angers, na França, no próximo mês — mesmo com o risco de agravar a lesão.

Essa decisão não afeta o circuito masculino da mesma forma. Pela primeira vez, a lista masculina do Australian Open será fechada com base no ranking da última semana do ano, permitindo que os jogadores usem o período de recesso para descanso, e não para buscar pontos para melhorar a posição.

Katie Boulter defende que a WTA – a entidade que rege o tênis feminino – adote postura semelhante para preservar a saúde física e mental das atletas. “Acho que seria uma decisão inteligente. Precisamos de um limite onde as jogadoras possam se recuperar e também fazer uma pré-temporada adequada. Este ano vimos muitas atletas desistindo e até parando de competir por problemas de saúde mental e física, e isso influencia diretamente nisso.”

Com exigência de pelo menos três vitórias em Angers para melhorar seu ranking minimamente, Boulter pode optar por não jogar, o que dificulta muito sua chance de classificação direta para o Australian Open. Caso isso aconteça, ela terá que passar pelo qualy para carimbar sua sexta participação na chave principal em Melbourne Park.

O cenário expõe o desafio crescente das tenistas entre preservar a saúde física e manter o nível competitivo no ranking para garantir presença nos grandes torneios.

Fonte: Nine