No cenário atual do tênis feminino asiático, Naomi Osaka brilha como uma estrela global, com quatro títulos de Grand Slam e um retorno ao Top 20 do ranking da WTA. Mas muito antes dela, quem abriu o caminho foi Li Na, a chinesa que fez história ao conquistar dois torneios major — Roland Garros em 2011 e o Australian Open em 2014 — e alcançar a segunda posição no ranking mundial.

Nascida em 26 de fevereiro de 1982 na cidade de Wuhan, na China, Li Na começou sua trajetória esportiva no badminton. Porém, foi a insistência da mãe que a direcionou para o tênis, decisão que trouxe uma pressão enorme da família e que, em entrevista anos depois, ela revelou ter provocado um conflito interno. “Meu nome é Li Na, na China é um nome muito comum. A verdade é que eu não escolhi isso”, contou ela. “Comecei a jogar tênis aos oito anos porque minha mãe quis. Naquela época, eu odiava o esporte porque não tinha tempo para brincar com meus colegas na escola.”

Com o passar do tempo, a paixão pelo tênis floresceu. Ela descobriu o quanto o esporte pode ser incrível, a chance de viajar o mundo e conhecer diferentes culturas com uma raquete na mão. Li Na prometeu que, no futuro, faria tudo para inspirar e ajudar jovens jogadores a encontrarem a mesma alegria no tênis.

Uma carreira revolucionária

Li Na virou profissional em 1999 e enfrentou muitos desafios dentro do sistema esportivo estatal chinês enquanto lutava para se firmar no circuito internacional. Em 2004, ela fez história ao se tornar a primeira mulher asiática a conquistar um título da WTA, ao vencer o torneio de Guangzhou.

O grande marco da carreira veio em 2011 no saibro de Roland Garros, quando Li Na superou a italiana Francesca Schiavone na final e se consagrou como a primeira asiática a vencer um Grand Slam na disputa de simples.

Em 2014, ela voltou a brilhar em outro Grand Slam, o Australian Open, derrotando a eslovaca Dominika Cibulkova para conquistar seu segundo major. Além disso, naquele mesmo ano, Li Na alcançou o auge da carreira ao atingir o número 2 do ranking mundial da WTA.

Uma aposentadoria inesperada

Em setembro de 2014, ainda como a sexta melhor jogadora do mundo, Li Na surpreendeu o universo do tênis ao anunciar sua aposentadoria precoce. Lesões no joelho, algumas tratadas com cirurgias e inúmeras injeções para aliviar a dor e o inchaço, foram decisivas para essa difícil decisão.

“Eu saio com muita honra”, declarou na época. “As lesões que convivi tanto tempo não me permitem mais jogar como antes. Passei por quatro cirurgias nos joelhos — três no direito e uma no esquerdo em julho. Até agora, já tomei cerca de 100 injeções. Meu corpo não aguenta mais. Aos 32 anos, não consigo alcançar meu melhor nível de competição. Por isso, essa decisão foi a mais correta. Venci dois Grand Slams, cheguei ao número 2 do mundo e deixo as quadras com muito orgulho, mesmo que seja uma escolha difícil.”

Vida fora das quadras

Após deixar o circuito, Li Na manteve seu vínculo com o tênis. Ela atuou como embaixadora do torneio Wuhan Open, ajudou na cerimônia de premiação em diversos eventos e, em 2019, teve sua carreira eternizada ao ser a primeira jogadora asiática a entrar no International Tennis Hall of Fame.

Hoje, Li Na é referência para muitos jovens tenistas e um símbolo de superação e pioneirismo para o esporte na Ásia.

Fonte: BolaVip