Desde que voltou às quadras após se tornar mãe, Naomi Osaka tem encarado sorteios complicados nos Grand Slams, muitas vezes jogando sem ser cabeça de chave — um desafio que tem causado bastante frustração para a japonesa.

Mas depois de chegar à final do WTA 1000 de Montreal no fim de julho, Osaka chegou ao US Open como uma das cabeças de chave, algo que não acontecia desde sua volta ao circuito.

E agora, ela está de volta às semifinais de um Grand Slam — sua terceira semifinal no US Open e a quinta no total em majors. Para isso, Naomi superou a #11 do mundo Karolína Muchová, por 6-4, 7-6(3), na noite de quarta-feira.

Mas este resultado tem um significado especial: é a primeira vez que Osaka alcança as semifinais de um Grand Slam após se tornar mãe.

“Eu me inspiro muito em todas as mães que estão na tour”, contou Osaka após a vitória. “Mas também tinha essa sensação de que eu não estava indo tão bem ou que estava ficando para trás. Quando vi que algumas mães voltaram e logo já estavam jogando muito bem, me senti meio errada. Sei que a Belinda [Bencic] chegou às semifinais de Wimbledon, então meio que senti que estava perdendo uma corrida estranha.”

“Mas agora que cheguei aqui, sinto que um peso foi tirado dos meus ombros.”

Na Arthur Ashe Stadium, diante de uma torcida apaixonada, Osaka mostrou por que é uma campeã de quatro Grand Slams. O primeiro set foi muito disputado, com as duas tenistas segurando o serviço até os nove primeiros games. O único break point desse período aconteceu já no primeiro game, quando Muchová ameaçou. Osaka respondeu com uma linda bola vencedora de forehand, uma das várias que aplicou na partida.

De repente, Naomi quebrou o serviço da tcheca no último game do primeiro set, forçando Muchová, que havia chegado às semifinais do US Open nos últimos dois anos, a cometer erros incomuns para ela.

Naomi compara a evolução durante um Grand Slam a uma luta de boxe, “mas com uma bola de tênis, claro”. Isso ficou claro especialmente no segundo set.

Após uma rápida visita ao fisioterapeuta entre os sets, Muchová voltou com energia renovada e quebrou o serviço de Osaka logo no começo do segundo set, encerrando uma sequência de 18 games consecutivos que Osaka havia mantido com seu saque.

Mas Osaka, com a garra de uma campeã do porte dela e a resiliência de uma mãe que voltou ao circuito, imediatamente quebrou o saque da adversária de volta.

Quando Muchová voltou a quebrar para ficar 4 a 4 e se preparar para sacar pela vitória no set, Osaka reagiu com um winner impressionante de forehand smash, quebrando novamente e abrindo caminho para o tiebreak.

Na hora decisiva, Osaka não lembra exatamente o que estava pensando, mas ressaltou a dificuldade de jogar contra Muchová, que já a venceu algumas vezes, inclusive no US Open do ano anterior.

Após salvar dois break points contundentes, Osaka e Muchová foram para o tie-break, onde a japonesa disparou para 6-2. Em dois match points, fechou a partida e garantiu sua vaga entre as quatro melhores em Nova York.

Entre as jogadoras da Era Aberta, Osaka é a terceira mulher na história a vencer seus primeiros cinco playoffs de Grand Slam, se juntando às lendas Chris Evert e Aryna Sabalenka.

Falando em Sabalenka, a bielorrussa enfrentará Jessica Pegula na outra semifinal de quinta-feira à noite. Já Osaka terá pela frente a jovem americana Amanda Anisimova, que lidera o confronto direto contra Naomi, com duas vitórias — ambas em Grand Slams no ano de 2022, no Australian Open e no saibro de Roland Garros.

Naomi sabe que não vai ser nada fácil tentar a primeira vitória contra a americana:

“Vai ser definitivamente muito difícil. Já joguei com ela duas vezes e perdi as duas. Ela é muito talentosa e consegue bater winners de qualquer lugar. Eu sei que vai ser um jogo duro. E eu gosto dela como pessoa, então estou torcendo por ela.”

Ela riu e esclareceu: “Não estou torcendo para ela ganhar de mim, mas vai ser divertido. Além disso, ela é americana, e esse torneio significa muito pra ela também.”

Com essa vitória emocionante, Osaka mostra que voltou de vez e está firme na briga pelo seu terceiro título do US Open e pelo quinto Grand Slam da carreira.

Fonte: WTA [Tennis](/em/tennis/)