Nick Kyrgios, que enfrentou sérios problemas físicos nos últimos três anos, jogou apenas seis partidas de simples nesse período, mas está a um wildcard de disputar o Australian Open, grande torneio de tênis realizado em Melbourne no início do ano. Com 30 anos, ex-número 13 do mundo, atualmente fora do top 600 do ranking mundial, Kyrgios deve aceitar o convite para disputar o Kooyong Classic – torneio preparatório que retorna após um ano fora do calendário – na semana que antecede o torneio.

O australiano, famoso por seu estilo polêmico dentro e fora das quadras, também planeja participar do ATP de Brisbane e vem ganhando ritmo em eventos de exibição, como a partida “Batalha dos Sexos” contra a bielorrussa Aryna Sabalenka, realizada em Dubai no final de dezembro. Apesar de ter utilizado um ranking protegido para jogar o Australian Open de 2025, ele não poderá contar com essa proteção para o próximo torneio, já que essa condição expirou em novembro de 2025.

Craig Tiley, diretor do Australian Open, confirmou que Nick terá um wildcard garantido caso decida disputar o torneio, ressaltando que a decisão depende da condição física do jogador. “Estamos em contato com ele para entender seus planos para o verão australiano e, se quiser jogar, será muito bem-vindo – seu retorno sempre atrai grande público”, disse Tiley.

A situação do tênis masculino australiano está um pouco apertada para o próximo Australian Open, com a possibilidade de apenas cinco jogadores locais conseguirem vaga direta no torneio principal: Alex de Minaur, Alexei Popyrin, Adam Walton, Aleks Vukic e Tristan Schoolkate. Essa quantidade representa a metade das vagas diretas que o país teve no torneio anterior. Além disso, alguns nomes importantes, como Jordan Thompson, Chris O’Connell, Rinky Hijikata, James Duckworth e Thanasi Kokkinakis, ex-top 100, enfrentam dificuldades devido a lesões e quedas no ranking.

Destaque para James Duckworth, que apesar de estar fora do top 100 durante o corte para o torneio, conquistou um wildcard por seu desempenho no Australian Pro Tour. Kokkinakis passa por recuperação após cirurgia no peitoral e deve ficar fora da temporada de verão na Austrália, enquanto Thompson tem lidado com várias lesões que têm prejudicado seu desempenho.

Na estratégia para as wildcards masculinas, além de Duckworth e possivelmente Kyrgios, outros três convites deverão ir para Thompson, Hijikata e O’Connell, deixando o veterano Bernard Tomic fora do quadro principal e precisando passar pelo qualificatório – algo que não acontece há pelo menos cinco anos.

Entre os jovens, o melhor entre os homens australianos com menos de 24 anos no top 200 é James McCabe, atualmente no ranking 191, enquanto Edward Winter, de 21 anos, é a promessa mais jovem no top 500. Cruz Hewitt, que completará 17 anos neste mês, aparece como uma esperança promissora, mas ainda não alcançou resultados expressivos no circuito juvenil para ser considerado um futuro destaque imediato.

Tiley também destacou o esforço da equipe técnica do tênis australiano para renovar a geração: “Temos muitos jogadores logo abaixo do top 100, e isso mostra a qualidade e competitividade do nosso grupo. Sabemos que a maioria dos atletas bate seu auge entre 25 e 30 anos, e estamos investindo no desenvolvimento dos jovens, embora esse processo leve tempo, cerca de 12 anos minimamente”.

No lado feminino, a jovem Emma Jones, de 17 anos, já recebeu seu wildcard para o Australian Open, e jogadoras como Priscilla Hon, Talia Gibson, Maddison Inglis, Taylah Preston e Olivia Gadecki aparecem como favoritas para os demais convites. Daria Saville, que anunciou gravidez, ficará fora da edição de 2026, mas planeja retornar ao circuito.

O Australian Open, primeira grande competição do calendário do tênis em 2026, promete muitas emoções e a volta de Kyrgios certamente trará mais interesse e público às partidas, especialmente para os fãs brasileiros que acompanham o desenvolvimento de jovens talentos na Austrália.

Fonte: WA Today