O tênis mundial perdeu um grande ícone: Nikola Pilic, treinador que foi fundamental na carreira do número 1 do mundo Novak Djokovic, faleceu aos 87 anos.
Conhecido como o ‘pai do tênis’ de Djokovic, Pilic foi uma importante peça na formação do sérvio, considerado hoje um dos maiores jogadores da história do esporte. Antes de se dedicar ao coaching, ele foi um jogador de destaque, conquistando uma final de Roland Garros e uma final de duplas em Wimbledon, encerrando sua carreira profissional em 1978 após mais de uma década nas quadras.
Foi na academia de Pilic, na Alemanha, que Djokovic chegou ainda criança, com apenas 10 anos, acolhido pelo croata que não poupou esforços para compartilhar seus conhecimentos técnicos e de vida. “Nikola é meu pai do tênis. Um mentor que generosamente dividiu comigo tudo o que sabia”, já disse Djokovic sobre Pilic. O carinho da família, especialmente da esposa de Pilic, Mija, foi tão grande que Novak se sentiu parte da família desde então.
Nikola Pilic também teve papel relevante na criação do ATP e do sistema moderno do tênis profissional, ajudando a estruturar o esporte como conhecemos hoje. Como treinador, brilhou na Copa Davis, conquistando o título cinco vezes trabalhando com equipes da Alemanha, Croácia e Sérvia.
Na sua fase como atleta, Pilic registrou uma das maiores conquistas ao lado do francês Pierre Barthès, vencendo o título de duplas do US Open com uma vitória memorável sobre Rod Laver e Roy Emerson, duas lendas australianas do tênis.
Sua trajetória, porém, teve altos e baixos. Em 1973, Pilic sofreu uma suspensão por se recusar a jogar pela Iugoslávia na Copa Davis, o que desencadeou um boicote de 81 jogadores a Wimbledon em solidariedade, marcando um momento controverso e histórico no tênis.
Em entrevistas recentes, Pilic afirmou categoricamente que Djokovic é o maior jogador de todos os tempos, levantando discussões sobre o impacto do sucesso do sérvio no mundo ocidental. Segundo ele, a ascensão de um atleta de um país pequeno dominando o tênis global incomodou muitos fãs e comentaristas do Ocidente, acostumados a ver nomes de países tradicionais no topo.
“Djokovic é simplesmente fenomenal, trabalha duro e não usa atalhos. O sucesso dele mexe com muita gente”, comentou Pilic. Ele destacou os números impressionantes do seu pupilo, que acumula o mesmo número de títulos de Grand Slam que Federer e Nadal e possui melhores confrontos diretos contra ambos. Além disso, Djokovic detém o recorde de semanas no topo do ranking mundial, domina os Masters 1000 e é o único a ganhar todos os Slams ao menos duas vezes.
Com essa sua visão privilegiada sobre a carreira de Djokovic e o tênis mundial, Nikola Pilic deixa um legado enorme tanto dentro como fora das quadras, lembrado por sua dedicação à formação de campeões e por seu papel histórico em um dos esportes mais populares do mundo.
Que sua memória inspire futuras gerações no esporte.
Fonte: Express