A americana Cori “Coco” Gauff, que chamou atenção no tênis mundial ao avançar para a quarta rodada de Wimbledon em 2019 com apenas 15 anos, protagonizou naquele torneio não só momentos memoráveis nas simples, mas também uma curiosa parceria na chave de duplas mistas.

Naquele ano, Gauff fez história ao eliminar Venus Williams, uma das grandes estrelas do tênis, e seguiu vencendo a eslovaca Magdaléna Rybáriková e a eslovena Polona Hercog antes de ser parada por Simona Halep, que acabou levantando seu único troféu em Wimbledon da carreira. Porém, além das conquistas nas simples, Coco também jogou nas duplas mistas ao lado de um jovem britânico, Jay Clarke, que até hoje não conseguiu alcançar o top 100 do ranking mundial.

A formação da parceria entre Gauff e Clarke gerou polêmica na época. Jay Clarke originalmente jogaria com Harriet Dart, sua compatriota inglesa. No entanto, ele decidiu abandonar a dupla com Dart para jogar com a jovem americana. Em coletiva no torneio, Clarke revelou: “Conheço a Cori há alguns anos, nos comunicamos e ela me pediu para jogar juntos.”

Ele também contou que ficou em dúvida se seria aceito na chave, dado o nível dos inscritos, e descreveu a decisão de desistir da parceria com Dart como uma das “piores decisões” que já tomou. “Eu não consegui dormir muito bem na noite anterior à minha partida contra Noah Rubin nas simples, mas espero que ela entenda o motivo. Sinto muito pelo que aconteceu com ela.”

Na estreia da chave mista, Gauff e Clarke foram eliminados pela dupla Jelena Ostapenko, que já foi campeã do Grand Slam em Roland Garros, e Robert Lindstedt, sueco veterano especializado em duplas.

Desde aquele Wimbledon, as carreiras dos dois seguiram caminhos bem distintos. Coco Gauff vem crescendo de forma impressionante, conquistando dois títulos de Grand Slam – no saibro de Roland Garros e no US Open – e atingindo a incrível marca de número 2 do mundo nas simples.

Jay Clarke, cujo ranking atual é em torno do 200º lugar, nunca passou do 153º no mundo e ainda não conquistou nenhum título na carreira. Ele só conseguiu participar da chave principal de um Grand Slam ao receber convite da organização de Wimbledon e chegou a avançar até a segunda rodada do torneio em duas oportunidades, a última justamente na temporada que jogou ao lado de Gauff.

Essa história mostra como o tênis é imprevisível e como parcerias inusitadas podem surgir, mesmo que nem sempre resultem em sucesso imediato – mas, para Gauff, aquele momento foi só o começo de uma trajetória de sucesso.

Fonte: Tennishead