Petra Kvitova, bicampeã de Wimbledon e uma das maiores tenistas da atualidade, viveu momentos intensos na sua última participação em um torneio profissional. Após perder por 6/1 e 6/0 para Diane Perry na primeira rodada do US Open, disputado no complexo de Flushing Meadows, em Nova York, a eslovaca de 35 anos se despediu das quadras com muita emoção.

Antes da entrevista coletiva final, Kvitova já sabia que o momento seria difícil. “Os lenços estão aqui. Muito bom”, brincou, tentando manter a coragem. Durante a conversa com a imprensa, sua boa disposição e sorrisos mostravam uma petra tranquila, especialmente depois das lágrimas derramadas na quadra logo após o jogo de 52 minutos.

A tenista revelou que alguns dias antes do US Open foi diagnosticada com COVID-19, o que quase a fez desistir do torneio. “Desde que acordei hoje, senti que não seria fácil. Não consegui comer, estava muito nervosa, mas de um jeito diferente. Eu não conseguia me mexer, não conseguia sacar, fazer nada. Foi muito difícil aceitar que provavelmente estava jogando minha última partida profissional”, contou.

Nasceu no meio dessa despedida uma linda história pessoal: Petra voltou às quadras depois de uma pausa de 17 meses por conta da maternidade. O filho dela, Petr, nasceu em julho de 2024, fruto da relação com o marido e treinador Jiri Vanek, que esteve ao seu lado no US Open para lhe dar conforto.

A carreira brilhante de Kvitova inclui títulos grandiosos, como os dois títulos em Wimbledon, conquistados em 2011 — ao vencer Maria Sharapova na final — e em 2014 contra Eugenie Bouchard. Ela também foi vice-campeã do Australian Open em 2019, perdendo para Naomi Osaka, e chegou a ocupar a segunda colocação do ranking mundial.

Sua trajetória não foi marcada apenas por vitórias: em dezembro de 2016, sofreu um grave ataque em sua casa, onde foi esfaqueada por um intruso. A lesão na mão esquerda, sua mão de dominância para o jogo, exigiu longas horas de cirurgia para reparar nervos e tendões. Mesmo diante dessa adversidade, Kvitova demonstrou uma força admirável e voltou às quadras menos de seis meses depois, conquistando vitória já em sua primeira partida no saibro de Roland Garros.

A atleta destacou que o maior motivo de orgulho em sua carreira foi a força mental. “Em todas as temporadas consegui lidar com a pressão, mesmo enfrentando lesões e doenças. Sou muito orgulhosa da minha capacidade de me manter no top 10 e aguentar toda essa pressão. Isso foi muito especial para mim”, refletiu.

Com esta despedida oficial após o US Open, Petra Kvitova fecha um capítulo vitorioso do tênis mundial, deixando um legado de coragem, talento e determinação para fãs e colegas no circuito feminino.

Fonte: Sportsnet