A Associação Profissional dos Jogadores de Tênis (PTPA), grupo global fundado em 2020 por Novak Djokovic e Vasek Pospisil com foco na defesa dos direitos dos tenistas, está perto de fechar um acordo com a Tennis Australia para encerrar uma ação judicial que acusa órgãos do tênis de formarem um “cartel” que paga pouco e impõe um calendário exaustivo aos atletas.

A PTPA entrou com uma ação coletiva em março de 2025 contra a ATP (Associação de Tenistas Profissionais), WTA (Associação de Tênis Feminino), Federação Internacional de Tênis (ITF) e Agência Internacional de Integridade do Tênis (ITIA), alegando práticas anticompetitivas e descaso com o bem-estar dos jogadores. Em setembro, os organizadores dos quatro Grand Slams, entre eles a Tennis Australia, responsável pelo Australian Open, foram incluídos no processo.

Enquanto a ATP considerou que o processo não tem fundamentos, a WTA defendeu seu histórico de desenvolvimento do tênis feminino e classificou a ação como “infundada”.

Na última quarta-feira, os advogados da PTPA comunicaram em carta à Corte Distrital do Sul de Nova York que as negociações com a Tennis Australia foram produtivas e que um acordo deve ser alcançado em breve. Eles solicitaram uma suspensão exclusivamente para o processo envolvendo a Tennis Australia enquanto as partes fecham a negociação. A entidade australiana confirmou a informação e disse que, se o acordo for aprovado pelo tribunal, deixará a ação.

A PTPA acusa os órgãos do tênis de pagar “compensação artificialmente baixa” aos profissionais e de manter um sistema de ranking “rígido” que obriga os atletas a disputar determinados torneios. Além disso, critica o calendário exaustivo de 11 meses de competições, o que gera desgaste físico — especialmente por obrigar os jogadores a enfrentarem calor extremo, partidas nas primeiras horas da manhã e o uso de bolas diferentes em diversos eventos, o que contribui para lesões crônicas.

Mesmo com os maiores nomes do tênis ganhando cifras astronômicas — como Jannik Sinner, que levou cerca de 5 milhões de dólares pela vitória nas ATP Finals 2025 — jogadores de ranking mais baixo enfrentam dificuldades para equilibrar ganhos modestos com despesas de viagens, hospedagem e treinamento. Eles também precisam participar de um número mínimo de torneios obrigatórios para não sofrer penalidades, como perda de pontos no ranking.

Novak Djokovic, que soma 24 títulos de Grand Slam e é conhecido por sua defesa dos direitos dos jogadores, não consta entre os 12 atletas, atuais e ex-profissionais, que figuram como autores da ação junto à PTPA.

Atualmente, a Tennis Australia está focada nos preparativos para o Australian Open, que começa em Melbourne no dia 18 de janeiro, dando início à temporada dos Grand Slams.

Fonte: Sportstar