A Professional Tennis Players’ Association (PTPA), associação criada em 2020 pelo tenista sérvio Novak Djokovic para dar mais voz aos jogadores, e a Tennis Australia (TA), organização responsável pelo Australian Open, indicam que uma resolução inesperada para o conflito jurídico entre jogadores e entidades do tênis profissional pode estar próxima.
No início de 2023, a PTPA iniciou uma ação judicial contra as principais entidades que organizam o tênis profissional masculino e feminino, acusando essas organizações de práticas anticompetitivas e negligência com o bem-estar dos atletas. A disputa ganhou ainda mais força em setembro, quando os quatro torneios Grand Slam – Australian Open, Roland Garros (França, no saibro), Wimbledon (Inglaterra, em grama) e US Open – foram adicionados à ação.
Em uma carta protocolada na Corte Distrital do Sul de Nova York, a PTPA e a Tennis Australia informam que estão em “discussões bilaterais substantivas e produtivas” para chegar a um acordo. O pedido na carta solicita que o processo contra a Tennis Australia seja temporariamente suspenso enquanto as negociações seguem, mas ressalta que essa suspensão não se aplica às outras entidades envolvidas: ATP Tour, WTA Tour, Federação Francesa de Tênis, All England Club e Associação de Tênis dos Estados Unidos.
Essa ação judicial de 163 páginas, movida em março, tem o objetivo de acabar com o que a PTPA chama de “controle monopolista” do circuito profissional. Eles alegam que ATP e WTA agem como um cartel, definindo acordos que limitam as premiações financeiras e dificultam a entrada de novos organizadores no mercado. A PTPA também critica a maratona de jogos desgastantes e o sistema de ranking atual, considerado por eles como “insustentável”.
A expectativa é que Tennis Australia e PTPA consigam um acordo antes do início do Australian Open em janeiro de 2024. Ainda não se sabe exatamente quais concessões serão feitas, se relacionadas a prize money (premiações) ou ao calendário, mas um acordo fortaleceria a posição da PTPA nas negociações com os outros Grand Slams.
Além do processo americano, há queixas separadas registradas junto à Comissão Europeia e à Autoridade de Concorrência do Reino Unido. Entretanto, o diretor executivo da PTPA, Ahmad Nassar, declarou em março que o objetivo não é prolongar o litígio, mas sim reformar o esporte com a participação de todos os envolvidos.
Enquanto isso, a ATP e a WTA tentam derrubar o processo na Justiça, argumentando que as alegações da PTPA não têm fundamento e que o caso representa uma distração que pode prejudicar os jogadores e o esporte.
No início o processo incluía também a Federação Internacional de Tênis (ITF) e a International Tennis Integrity Agency (ITIA), mas esses nomes foram retirados em setembro.
A novela jurídica entre jogadores e entidades do tênis promete continuar chamando atenção até o principal evento do calendário, o Grand Slam australiano, e pode representar uma mudança significativa no modo como o esporte é gerido globalmente.
Fonte: MyJoyOnline
