Maria Sharapova, uma das maiores estrelas do tênis mundial, abriu o jogo sobre os ganhos financeiros após vencer um Grand Slam, dando uma ideia clara do tipo de mudança de vida que Emma Raducanu viveu ao conquistar o US Open há quatro anos.
Em uma entrevista ao podcast Served, apresentado pelo ex-tenista Andy Roddick, Sharapova falou abertamente sobre sua carreira, sua transformação em mãe e empreendedora, além das oportunidades que surgiram após seu título em Wimbledon aos 17 anos, em 2004.
Naquele ano, poucos esperavam que a jovem russa, após uma ótima campanha até as quartas de final do Aberto da França (Roland Garros), conseguisse superar estrelas como Serena Williams e conquistar Wimbledon, o torneio mais tradicional do circuito na grama.
Com sua beleza marcante e talento fora do comum, Sharapova rapidamente alcançou fama mundial, atraindo diversas marcas interessadas em sua imagem. Seu agente na época, Max Eisenbud — que também trabalharia depois com Emma Raducanu — foi fundamental na construção de seu império além das quadras, tornando-a a atleta feminina mais bem paga do mundo por muitos anos.
Ao relembrar os ganhos após a vitória em Wimbledon, Sharapova revelou os valores impressionantes envolvidos em uma conquista deste porte. Ela explicou que jovens atletas que vencem Grand Slam normalmente fecham contratos milionários, mas que esses acordos vêm acompanhados de uma enorme pressão para manter o desempenho.
“Você é um atleta jovem, ganha um Grand Slam e, pela minha experiência, nos próximos dois ou três anos você não vai fazer menos que um milhão de dólares em qualquer contrato. Mas se, após dois anos, seus resultados caírem e você não avançar nas fases finais dos torneios, os patrocinadores começam a observar com atenção e podem não renovar o contrato”, disse Sharapova.
Este cenário é bastante parecido com o de Emma Raducanu, que após surpreender o mundo faturando o US Open vindo do qualificatório em 2021, assinou vários contratos milionários. Entretanto, sua queda de rendimento fez com que algumas dessas parcerias fossem encerradas.
Sharapova entende bem essa montanha-russa, apontando que é essencial aproveitar o momento de sucesso para garantir contratos, mas também saber que o mundo dos patrocínios é volátil e depende dos resultados em quadra.
Nos últimos meses, Raducanu tem mostrado sinais de melhora e pode reconquistar seu espaço e os contratos que perdeu, caso volte a brilhar nos principais torneios.
A longevidade da carreira que Sharapova teve após seu primeiro Grand Slam é um exemplo a ser seguido pela jovem estrela britânica, que se prepara para retornar ao palco de sua maior conquista ainda neste mês.
Fonte: tennis365