Roger Federer é conhecido mundialmente pela sua calma e classe dentro e fora das quadras, mas já teve momentos em que não segurou a emoção. Um desses momentos aconteceu quando ele respondeu de forma contundente às críticas por seus comentários sobre a igualdade salarial no tênis, reforçando que sempre foi muito “pró-mulheres”.

O tênis é um dos poucos esportes onde a diferença de premiação entre homens e mulheres é relativamente pequena, especialmente se compararmos com esportes como basquete ou futebol. Todos os quatro Grand Slams – Australian Open, Roland Garros, Wimbledon e US Open – além da maioria dos torneios ATP e WTA 1000, oferecem premiação igualitária, embora ainda existam alguns eventos que não atingiram essa paridade completa.

Em 2016, durante uma coletiva no Miami Open, Federer foi questionado sobre a igualdade de premiação e deixou claro seu total apoio à causa:

“Eu sou totalmente a favor da igualdade de premiação. Quando lutava por aumentos nos prêmios, especialmente nos Grand Slams, sempre tive muito claro que isso impactaria o tênis feminino. Fico feliz porque o tênis tem produzido algumas das maiores atletas mulheres do mundo.”

Apesar desse posicionamento, o suíço recebeu críticas duras de algumas pessoas que acharam que ele não usava o seu grande alcance para dar mais visibilidade ao tema. Dois anos depois, em 2018, durante uma entrevista ao jornal inglês The Sunday Times, Federer mostrou sua frustração e explicou que sempre esteve muito próximo das mulheres em sua vida, desde sua mãe Lynette, passando pela irmã Diana, sua esposa Mirka, até suas filhas Myla e Charlene.

“Sou cercado por mulheres. Tenho duas filhas, sou muito próximo da minha mãe, amo minha esposa, tenho uma irmã. Se alguém diz que eu não sou pró-mulheres… Eu sou a favor de todas as mulheres. Minhas mulheres são as pessoas mais importantes da minha vida.”

Outro momento polêmico envolvendo Federer foi quando ele saiu em defesa de Serena Williams e Alizé Cornet, que enfrentaram críticas por suas roupas dentro de quadra. Em 2018, Serena usou um macacão preto de corpo inteiro no saibro de Roland Garros, criação da Nike, que ela dizia fazer se sentir uma “super-heroína”. A Federação Francesa de Tênis, então presidida por Bernard Giudicelli, classificou o traje como “desrespeitoso” e proibiu roupas similares em torneios futuros.

Pouco tempo depois, durante o US Open, a francesa Alizé Cornet levou uma advertência por ter levantado a camiseta brevemente para ajustá-la, após perceber que estava vestida ao contrário.

Federer não se conteve e criticou essas atitudes, defendendo as atletas publicamente:

“Não entendo o problema de tirar a camiseta ou usar um macacão. Serena já usou roupas bem mais radicais antes. Os homens já usaram roupas até mais estranhas. Foi um grande bafafá quando Tommy Haas usou uma regata no US Open e de repente isso passou a ser aceito.

Pra mim, isso foi besteira. Relaxem um pouco. Eu estava totalmente do lado das mulheres. Deixem elas em paz. Elas não estão entrando na quadra com asas, né?”

Com o tempo, a controvérsia diminuiu. Serena afirmou ter conversado com Giudicelli e continuou a usar roupas de compressão, como leggings, em jogos posteriores. Cornet também recebeu um pedido de desculpas oficial do US Open.

Além de mostrar seu lado humano e apoiador, Roger Federer segue sendo uma das maiores lendas do tênis mundial, tanto dentro quanto fora das quadras, pautando suas atitudes no respeito e igualdade.

Fonte: Sportskeeda