O astro italiano Jannik Sinner, atual número 1 do mundo no tênis masculino, abriu o jogo sobre a recente mudança no calendário dos principais torneios Masters 1000 na América do Norte. Este ano, tanto o Canadá Open quanto o Cincinnati Open foram estendidos para 12 dias, fugindo do formato tradicional de uma semana e alterando dias clássicos de partidas importantes.
Para se ter ideia, a decisão masculina no Masters de Toronto aconteceu numa quinta-feira, enquanto a final de Cincinnati está marcada para uma segunda-feira — algo praticamente inédito. A ideia por trás da expansão é dar mais chances para jogadores fora do top 10, criando mais partidas e oportunidades para atletas ranqueados mais abaixo.
Mas nem todo mundo curtiu a novidade. Sinner, que enfrenta Carlos Alcaraz nesta final de Cincinnati, no que será o duelo de revanche após Wimbledon, declarou que prefere o formato tradicional de torneios de uma semana, como o Monte Carlo Masters, realizado no saibro, conhecido pela atmosfera e chave de sete dias bem organizada.
“Perguntar se gosto desse novo formato é meio irrelevante, pois estamos vivendo isso agora”, disse Sinner após garantir vaga na final ao superar Terence Atmane. “Minha opinião pessoal? Eu adoro os torneios de uma semana. No Monte Carlo, por exemplo, você tem partidas de primeira rodada simplesmente incríveis. Se um cabeça de chave cai, a próxima rodada ainda tem jogos espetaculares e você sabe exatamente quando comprar seu ingresso.”
Uma vantagem óbvia do calendário estendido é o descanso extra entre jogos. Para Sinner, ter um dia de folga antes da final contra Alcaraz é positivo, algo que não existia no formato antigo. No entanto, ele também apontou as desvantagens, principalmente a falta de previsibilidade para os fãs e para os próprios jogadores sobre o dia exato das disputas finais.
“Antes, você tinha quartas na sexta, semifinal no sábado e final no domingo. Agora, em Cincinnati, a final é na segunda-feira. Em Toronto, é na quarta ou quinta. Isso gera uma confusão até para nós jogadores; perdemos a noção dos dias certos para as partidas decisivas”, explicou o italiano de 24 anos.
Sinner já tinha manifestado sua preferência por torneios compactos em entrevistas no Canadá, reforçando que a tradição dos eventos de sete dias favorece não só a organização, mas também a competitividade e a experiência dos fãs.
Essa mudança para 12 dias faz parte do plano da ATP chamado “OneVision”, que tem como objetivo expandir o tênis, aprimorar a estrutura dos eventos e focar no principal: o público. De acordo com Andrea Gaudenzi, CEO da ATP, a nova estrutura tem dado mais tempo e segurança para os organizadores pensarem grande e investirem em melhorias.
“O formato de 12 dias deu estabilidade e confiança para os torneios crescerem — Cincinnati é um ótimo exemplo”, comentou Gaudenzi em entrevista ao site oficial da ATP. “Veja os investimentos recordes em prêmios, os muitos projetos de infraestrutura nas cidades-sede como Roma, Madrid, Xangai e Cincinnati. Nada disso seria possível sem o espaço dado pelo novo calendário. Isso permite que os promotores reinvistam e partilhem os lucros 50-50, beneficiando diretamente os jogadores.”
Inclusive, o sistema de divisão de receitas ganhou destaque recentemente, com a ATP liberando um bônus de US$ 18,3 milhões baseado nas performances dos jogadores nos nove Masters 1000 da temporada passada, reforçando o compromisso de distribuir valores de maneira mais justa e transparente.
Enquanto o debate sobre a duração ideal dos torneios segue, a opinião dos atletas mais influentes como Sinner certamente pesa na discussão sobre o futuro do circuito profissional.
Fonte: Ubitennis