
Tênis Feminino Volta ao Queen’s Club Após 52 Anos com Emma Raducanu Brilhando na Reestreia
9 de junho de 2025 às 23:41
Após mais de cinco décadas, o tênis feminino voltou a marcar presença no tradicional Queen’s Club, em Londres, trazendo grandes nomes da modalidade para a disputa do torneio de nível WTA 500, realizado antes do ATP masculino. Entre as estrelas confirmadas estão Barbora Krejcikova, atual campeã de Wimbledon; Madison Keys, vencedora do Australian Open; Elena Rybakina, campeã de Wimbledon em 2022; e a chinesa Zheng Qinwen, que ocupa atualmente o quinto lugar no ranking mundial.
Quem roubou a cena no dia de abertura foi a britânica Emma Raducanu, que conquistou o US Open em 2021 como uma jovem de apenas 18 anos e agora retorna ao palco onde, ainda menina, visitava com o pai, mas que agora pisa como competidora. Raducanu e sua parceira Katie Boulter venceram com facilidade por 6-4, 6-2 na primeira rodada de duplas, diante de Jiang Xinyu e Wu Feng-Hsien.
Raducanu, que enfrenta Cristina Bucsa na estreia do simples, comentou sobre a atmosfera intimista e o apoio dos fãs no court um do Queen’s: “Adoro jogar em quadras menores onde você sente realmente o apoio da torcida, que fica bem pertinho. Eu estava enchendo minha garrafa e acabei até conversando com o público, é tão próximo que parece um encontro entre amigos. Isso deixa tudo mais especial.”
Apesar dos desafios recentes, incluindo problemas de forma e espasmos nas costas, Emma demonstrou energia renovada neste retorno ao torneio que carregava memórias de infância. “Quando vinha com meu pai, eu estava mais interessada em procurar os brownies ao redor do clube do que no tênis em si! Agora competir aqui é simplesmente incrível”, disse a tenista, que ocupa a 37ª colocação no ranking mundial.
Em uma homenagem especial, a principal quadra do Queen’s Club foi oficialmente renomeada como Andy Murray Arena, celebrando as cinco conquistas do escocês no torneio masculino. Andy Murray é também um defensor ativo do tênis feminino, tendo sido treinado na juventude pela russa Olga Morozova, última campeã feminina do Queen’s em 1973.
Sobre o retorno do tênis feminino ao clube, Murray comentou: “Ver as mulheres competindo aqui novamente após mais de 50 anos é sensacional. Recentemente reencontrei Olga Morozova, que foi minha treinadora quando eu tinha 12 ou 13 anos. É uma grande oportunidade para as mulheres mostrarem seu talento.”
Se compararmos, o torneio feminino de hoje está longe da época em que as partidas precisavam ser transferidas para quadras de madeira cobertas devido à chuva, e o prêmio era de apenas £1.000. Agora, a campeã receberá um cheque de £120.000, com o total em premiações chegando a £1,043 milhão, valor ainda menor que os £2,122 milhões destinados ao torneio masculino. A Lawn Tennis Association (LTA) prometeu equalizar os prêmios até 2029, em resposta às críticas sobre a disparidade.
O clima no Queen’s é de otimismo e celebração. Chris Pollard, diretor da LTA, afirmou: “Este é um momento histórico, sendo a primeira vez em mais de 50 anos que temos um evento feminino em Londres. Em muitos sentidos, era algo aguardado há muito tempo.”
Os ingressos estão quase esgotados, com mais de 80% vendidos, e as emoções já começaram. A ex-campeã de Wimbledon Petra Kvitova foi eliminada logo na estreia pelo Brasil com Beatriz Haddad Maia em duelo eletrizante por 2-6, 6-4, 6-4. A tcheca de 35 anos, que se tornou mãe no ano passado, luta para retomar o ritmo competitivo após a volta da licença-maternidade.
Beatriz Haddad Maia declarou emocionada: “É um privilégio estar aqui. Este clube é muito especial e significa muito jogar neste estádio, diante de todos que amam o tênis.”
O retorno do tênis feminino ao Queen’s Club marca um capítulo importante na história do esporte, combinando tradição, evolução e os desafios atuais do tênis mundial.
Fonte: WION