O australiano Thanasi Kokkinakis, 29 anos, finalmente voltou a disputar partidas de tênis sem sentir dores depois de enfrentar um longo e complicado período com problemas no músculo peitoral que atrapalharam toda a sua temporada. Mais do que isso: ele virou o primeiro tenista a passar por uma cirurgia revolucionária que utilizou um tecido de doador falecido para corrigir a lesão, numa aposta arriscada para tentar salvar a carreira.

Kokkinakis vem batalhando contra dores e limitações desde que sua lesão no peitoral se agravou. Em entrevista, ele revelou que o procedimento era, de fato, um “risco” – o cirurgião implantou parte do tendão do calcanhar de um doador falecido (aloplastia do tendão de Aquiles) para reconstruir seu músculo peitoral, possibilitando uma recuperação que não havia sido alcançada por outros métodos tradicionais.

“Eu sabia que era um risco, porque nenhum jogador de tênis passou por essa cirurgia antes. Não tinha ninguém com quem conversar ou trocar experiências, era uma aposta”, disse o australiano, campeão de duplas do Australian Open. “Mas eu não queria continuar jogando sentindo aquela dor horrível, então decidi tentar algo novo e ver no que dava.”

Nos últimos anos, o peitoral lesionado limitava Kokkinakis a disputar partidas longas ou de muitos sets – seu braço inchava e ele precisava se retirar dos jogos ou jogar com muita dor. O ex-top 70 do ranking mundial explicou que, mesmo nos treinos e torneios menores, essa lesão comprometeu seu rendimento e ritmo.

A reabilitação foi dura, mas após algumas semanas de retorno às quadras, ele afirma que os golpes a partir do fundo da quadra já estão “praticamente 100%” recuperados. O maior desafio restante continua sendo o saque, dinamicamente mais exigente para o músculo afetado. Mesmo assim, o austríaco está otimista em voltar às competições oficiais ao longo da próxima temporada, quando começa o calor do circuito australiano, que inclui o tradicional Aberto da Austrália – um dos quatro Grand Slams do tênis.

Para realizar a cirurgia, o jogador contou com o mesmo médico responsável pelo tratamento de outros ícones do tênis e esportes australianos, como o ex-tenista Pat Rafter e o lendário jogador de críquete Shane Warne, reforçando o pioneirismo e a qualidade do procedimento.

Kokkinakis tem apoiado a seleção australiana da Copa Davis recentemente, aparecendo como parceiro de treinos do jovem talento Alex de Minaur durante a fase de qualificatórias em Sydney, mostrando que a confiança no corpo está voltando aos poucos.

Enquanto isso, a comunidade do tênis observa com atenção esse avanço médico, que pode abrir portas para novos tratamentos em atletas com lesões musculares difíceis de recuperar. O caso do australiano é um exemplo de coragem e resiliência, numa carreira que tem sido marcada por altos e baixos devido a problemas físicos.

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Fonte: The Express