Jack Draper carregava grandes expectativas para Wimbledon 2025, onde garantiu um lugar entre os quatro principais cabeças de chave do torneio. No entanto, uma lesão acabou atrapalhando sua caminhada, e o jovem britânico próprio já admitiu que, entre as três superfícies do circuito ATP — dura, saibro e grama — a grama é provavelmente a sua menos favorita.

Para os fãs britânicos, a esperança é que Draper consiga reverter esse quadro nos próximos anos e se torne um novo herói da casa capaz de lutar de verdade pelo título em Wimbledon, o maior torneio de grama do mundo e verdadeiro espetáculo do tênis mundial.

E quem está disposto a ajudar Draper neste processo é Tim Henman, um dos maiores tenistas britânicos da história, que hoje atua como comentarista. Em entrevista ao canal Sky Sports, Henman analisou a temporada brilhante que Draper teve em 2025, avaliando seu desempenho nas diferentes superfícies e dando conselhos importantes para que ele evolua em Wimbledon.

Henman destacou: “As quadras duras são sua melhor superfície. Vimos isso em Indian Wells e no US Open.” Ainda assim, surpreendeu ao revelar que achava que a segunda melhor superfície de Draper seria a grama, mas na verdade é o saibro, onde ele brilhou sobretudo no Masters de Madrid, jogando de forma agressiva e confiante.

“Ele tem experiência na grama, mas o que pesa é o movimento. Draper é um cara alto e muito físico, e precisa aprender as sutilezas da grama — como se defender, como se movimentar —, o que certamente vai vir com o tempo”, ressaltou Henman. Além disso, o britânico frisou o diferencial de Draper ser canhoto e como o serviço melhorou, agora conseguindo usar com eficiência o saque aberto na quadra de vantagem (lado esquerdo) e até pensar em arriscar um jogo de saque e voleio, que é uma arma valiosa na grama.

Mesmo com o final de temporada marcado por lesões, Draper teve um ano tão impressionante que foi indicado ao prêmio ATP de Revelação do Ano em 2025.

Sobre a relação de Draper com a grama, Henman admite que, apesar de ser britânico, essa é a superfície mais difícil para ele. Isso não quer dizer que ele jogue mal, apenas que a evolução nas outras superfícies foi tão grande que o gramado ficou atrasado em seu progresso.

A preferência pelas quadras duras já era esperada, reforçada pelo título no Masters 1000 de Indian Wells, conquistado apenas seis meses após uma semifinal histórica no US Open, onde Draper mostrou todo seu potencial. Ainda assim, a surpreendente campanha no saibro, chegando à final do torneio de Madrid e avançando até a quarta rodada em Roland Garros, impressionou e derrubou qualquer dúvida sobre sua adaptação nessa superfície.

Falando sobre o aprendizado na grama, Draper confessou em junho deste ano: “As pessoas acham que, por eu ser britânico, devo ser incrível na grama, mas não é bem assim. Não jogo muito nela, é complicada, mas já ganhei de jogadores como Alcaraz e Sinner nessa superfície e me sinto confiante. Acho que a grama combina com meu estilo e ainda estou aprendendo a ser mais eficiente nela.”

O caminho está traçado, e a expectativa é que Draper, seguindo os passos de Andy Murray, outro grande britânico que dominou em Wimbledon, possa se consolidar como uma ameaça real ao título no futuro próximo, trazendo ainda mais emoção para os fãs do tênis na Inglaterra e no mundo.

Fonte: Tennishead