No coração do ATP Masters 1000 de Xangai, um nome surpreendente tem chamado atenção: Valentin Vacherot, jogador de Mônaco, que começou o torneio como o número 204 do mundo e agora está a uma vitória de uma final inédita contra nada menos que Novak Djokovic, um dos maiores tenistas da história.
Vacherot não fazia parte dos favoritos, mas sua trajetória tem sido eletrizante. Para chegar ao quadro principal, ele venceu dois adversários cabeças de chave nas qualificatórias e, a partir daí, não parou mais. Na chave principal, ele derrotou o 82º do ranking, Laslo Djere; o 14º cabeça de chave e 17º do mundo, Alexander Bublik; o 20º cabeça de chave e 23º no ranking, Tomas Machac; e o 27º cabeça de chave e 31º colocado, alcançando as quartas de final.
Com apenas 26 anos, Vacherot deu o golpe mais impactante até agora ao bater o 10º cabeça de chave e 11º do mundo, Holger Rune, em um duelo emocionante que terminou 2-6, 7-6 (7-4), 6-4, conquistando uma vaga na semifinal, uma marca histórica para o tênis de Mônaco.
Ele se tornou o primeiro monaquês a alcançar as semifinais de um Masters 1000, além de ser o segundo jogador com ranking tão baixo a atingir essa fase em um evento deste nível desde 1990, ficando atrás apenas de Chris Woodruff, que era 550º em Indian Wells 1999.
Agora, a grande missão de Vacherot será enfrentar Novak Djokovic, o sérvio com 24 títulos de Grand Slam e atual líder absoluto do tênis, que vem de uma vitória tranquila contra Zizou Bergs. Apesar do favoritismo do atual número 1, Djokovic elogiou muito o jovem jogador monegasco.
“Conheço o Valentin já há alguns anos. Antes do torneio, ele estava pouco acima da 200ª posição no ranking, jogando por Mônaco, o que é um sucesso enorme, o maior da história do país no tênis”, disse Djokovic, ressaltando a importância desse feito para o pequeno principado e sua cena esportiva.
O sérvio também comentou sobre o histórico na família e o estilo de jogo do adversário: “Ele tem um grande potencial, um saque muito forte e um jogo sólido. Joga de forma parecida com o Arthur Rinderknech, primo dele, e o saque me lembra bastante o do Arthur também. É bacana ver essa química e apoio que eles têm um pelo outro, o Arthur esteve na quadra durante toda a partida.”
Feliz pela trajetória do adversário, Djokovic comentou estar ansioso para o duelo: “É um sucesso histórico para ele e estou ansioso para jogar contra ele. Tomara que eu consiga a vitória.”
Sobre sua entrada no torneio, Vacherot explicou que quase não participou do evento, já que estava fora do cutoff para as qualificatórias até 36 horas antes devido a desistências de outros jogadores. A sorte e determinação o levaram para a disputa e agora ele está entre os quatro melhores.
“Poussei na quinta-feira à noite e ainda estava fora do corte. Sabia que havia uma chance porque é o último Masters 1000 da temporada, e muita gente evita jogar para não se arriscar em fim de temporada. Então eu sabia que podia entrar. No pior cenário, eu já estava programado para jogar cinco Challengers depois, mas agora volto para casa depois deste torneio, o que é uma história engraçada.”
Valentin Vacherot ainda vai marcar sua estreia no top 100, subindo impressionantes 112 posições para seu melhor ranking da carreira, ocupando a 92ª colocação.
A semifinal de Xangai promete ser um confronto entre a experiência e o talento em ascensão, numa história que já entra para o livro dos fatos mais marcantes do tênis atual.
Fonte: Tennis365