Imagem de destaque do post: Perdedores da 1ª rodada em Wimbledon vão ganhar £66 mil com aumento de 10%

Perdedores da 1ª rodada em Wimbledon vão ganhar £66 mil com aumento de 10%

12 de junho de 2025 às 18:20

Os jogadores que forem eliminados na primeira rodada do Wimbledon deste ano irão receber £66 mil (aproximadamente R$ 460 mil), um aumento de 10% em relação ao valor pago no ano passado. Esse valor é bastante significativo para etapas iniciais do torneio e demonstra a forte valorização do prêmio nos últimos anos.

Além disso, 16 jogadores que entram no torneio por convite (wildcards), muitos deles britânicos que não possuem ranking suficiente para a entrada direta, também conseguem essa premiação. O All England Club, organizador do Grand Slam de Wimbledon, mantém essa prática para valorizar o tênis local.

Apesar do crescimento expressivo nas premiações – o campeão masculino e o feminino de 2025 irão embolsar £3 milhões cada, um valor que dobrou na última década – a remuneração dos atletas tem sido alvo de debates e insatisfações nos bastidores do tênis.

Em março, a Associação Profissional dos Jogadores de Tênis (PTPA, na sigla em inglês) entrou com uma ação judicial multinacional questionando a forma como as principais entidades do tênis profissional conduzem os circuitos. Além disso, um grupo de jogadores entre os 20 melhores do mundo enviou uma carta às entidades dos Grand Slams pedindo melhorias nos valores pagos e benefícios.

Na coletiva de imprensa anual de Wimbledon, a presidente Debbie Jevans comentou sobre o assunto: “Quando nos reunimos para conversar e explicar para os jogadores, eles entendem que oportunidades surgem se conseguirmos mudar a estrutura do esporte, por meio do calendário. Há um panorama maior. Mas, como jogadores, eles sempre querem mais dinheiro.”

Os atletas argumentam que os Grand Slams destinam cerca de 15% da receita em prêmios para os jogadores, percentual que consideram baixo diante de outros esportes nos Estados Unidos, como basquete e futebol americano, em que os atletas recebem perto de 50% da renda gerada.

Por sua vez, os organizadores respondem que continuam investindo em infraestrutura para atrair mais público e proporcionar melhor experiência aos fãs. Por outro lado, o fato do All England Club repassar quase £50 milhões anuais à Lawn Tennis Association (LTA), que comanda o tênis britânico, tem gerado questionamentos entre os jogadores.

Em um encontro ocorrido em Paris, três semanas atrás, seis dos 20 melhores tenistas do mundo reuniram-se com representantes dos quatro Grand Slams. O número 1 do mundo, Jannik Sinner, se destacou como uma das vozes mais firmes nesse grupo. Contudo, sabe-se que alguns atletas do top 20 optaram por se afastar das ações de pressão.

Quando questionada sobre as reclamações salariais na sexta-feira, Debbie Jevans direcionou a atenção para a atuação das associações ATP (masculina) e WTA (feminina), que gerenciam os circuitos profissionalmente e são independentes dos Grand Slams. Segundo ela, os Grand Slams correspondem a mais de 30% da renda anual dos jogadores, enquanto nos majors do golfe esse porcentual fica em torno de 15%.

A presidente de Wimbledon também mencionou que, há 18 meses, os circuitos rejeitaram uma proposta dos Grand Slams para criar um “Premium Tour” que unificaria e simplificaria o calendário.

Expansão do Wimbledon

Sobre obras e expansão, o All England Club continua tentando expandir sua área incorporando o terreno do campo de golfe ao lado, o Wimbledon Park Golf Course, mesmo diante de forte oposição do grupo Save Wimbledon Park, que luta para proteger essa área verde.

Após a aprovação do planejamento pela prefeitura de Londres em setembro, uma revisão judicial está marcada para ocorrer durante o período do torneio deste ano. Também há expectativa de uma audiência judicial em janeiro para decidir se a área, considerada terra pública metropolitana (metropolitan open land), pode ser usada para desenvolvimento imobiliário.

Se a expansão for definitivamente autorizada, estima-se que serão necessários cinco a seis anos para que as novas quadras de grama estejam prontas para competições oficiais.

Esse movimento ilustra o compromisso de Wimbledon em manter-se como referência mundial, apesar das dificuldades e debates que envolvem o mundo do tênis atualmente.

Fonte: The Telegraph