Alexander Zverev, ex-número 2 do mundo e uma das maiores forças do tênis nas últimas temporadas, chegou ao Masters 1000 de Cincinnati com um objetivo claro: recuperar o ritmo após uma temporada irregular. Vindo de uma campanha sólida, porém frustrante, no Masters 1000 do Canadá — onde parou nas semifinais diante de Karen Khachanov após um duelo dramático — o alemão buscava uma arrancada antes do US Open.
Porém, a maior preocupação de Sascha não foi do tipo esperado: ela não estava em seu jogo, mas sim no cenário onde a disputa acontece. O torneio, conhecido tradicionalmente por suas quadras rápidas, passou neste ano por uma grande renovação, com 13 novas quadras e áreas verdes ampliadas pelo complexo. Essa repaginação visual, contudo, trouxe também uma mudança significativa nas condições de jogo, o que incomodou abertamente Zverev.
Em entrevista sincera antes de sua estreia, o tenista de Hamburgo não mascarou sua opinião: “Cincinnati costumava ser um torneio muito rápido, mas agora a superfície está extremamente lenta. Não sei exatamente qual foi a intenção disso, ainda mais considerando que em Nova York as quadras serão rápidas de novo. Não sou muito fã dessa superfície. Espero, ao menos, jogar um tênis de qualidade e avançar o máximo possível.”
A fala de Zverev reflete uma frustração que muitos atletas sentem ao se adaptarem a quadras duras mais lentas, especialmente quando se aproximam do US Open, onde a rapidez é tradicional. Para um jogador com o perfil de Zverev — que tem no saque potente e agressividade seus principais trunfos —, essa mudança impacta o timing, a estratégia e, consequentemente, a confiança.
Buscando afiar seu jogo para a temporada de quadras rápidas na América do Norte, o alemão passou mais de uma semana na academia de Toni Nadal, em Manacor, na Espanha. A parceira prometia ajustes técnicos e recarga mental, uma combinação que poderia render resultados mais consistentes — ainda que até aqui os avanços tenham sido irregulares.
Na estreia em Cincinnati, Zverev encarou o wildcard americano Nishesh Basavareddy, jovem promessa que vem ganhando notoriedade na ATP. Demonstrando experiência e controle, Sascha venceu sem grandes sobressaltos por 6/3 e 6/3, uma vitória que veio em boa hora para reacender a confiança num ano marcado por altos e baixos.
O próximo desafio do alemão será contra Brandon Nakashima, outro norte-americano em ascensão, conhecido pela rapidez de reflexos e estilo agressivo. No entanto, Zverev leva ampla vantagem no histórico contra o adversário, com quatro vitórias em quatro confrontos diretos, incluindo partidas importantes em torneios como Stuttgart 2025 e o próprio US Open em 2024.
Essas estatísticas dão certo alívio para Zverev, que precisa provar que consegue jogar bem nas quadras mais lentas e, assim, chegar forte para o Grand Slam nova-iorquino. O duelo ainda não tem horário definido, mas promete ser uma boa oportunidade para Sascha responder às críticas e dar sinais de que vai acabar com o jejum em grandes torneios.
No fim das contas, a reclamação de Zverev sobre as quadras lentas em Cincinnati evidencia uma dificuldade real de adaptação enfrentada pelos atletas do circuito, mostrando como mudanças no piso podem afetar ritmo, tática e resultado. Para um campeão que busca voltar aos dias de glória, superar esse detalhe técnico é fundamental. A torcida brasileira, fã de um tênis de alta qualidade e intensidade, vai ficar de olho no desempenho do germânico.
Fonte: Tennis Up To Date