Eliot Spizzirri, natural de Greenwich, Connecticut, a apenas 40 km do USTA Billie Jean King National Tennis Center, viveu uma verdadeira transformação no US Open 2025. Conhecido na região tri-state, ele passou de garoto que assistia às fases classificatórias gratuitas do torneio para conquistar sua primeira vitória na chave principal de simples do Grand Slam.

Quando criança, Spizzirri frequentava as rodadas de qualificação pensando em “assistir tênis e correr atrás das meninas”, conta em tom descontraído. Porém, na abertura do US Open 2025, ele estava completamente focado nas bolas, enfrentando o compatriota Stefan Dostanic e assegurando sua vitória por 7-5, 6-4, 7-6(4). Essa foi sua segunda participação consecutiva na chave principal do torneio, após uma campanha vitoriosa nas qualificações de 2024, que incluiu uma marcante vitória sobre o brasileiro João Fonseca.

Diferentemente do ano anterior, quando sentiu o desgaste físico e emocional após as três partidas nas qualificatórias, Spizzirri entrou mais descansado e confiante neste ano. Isso porque, inicialmente fora da chave principal, ele recebeu um convite (wild card) de última hora após Matteo Berrettini desistir do torneio, e Brandon Holt, que originalmente receberia esse convite, ganhou acesso direto à chave principal.

“Depois das três partidas da qualificação, especialmente a última contra o Fonseca, eu estava bastante cansado, tanto física quanto emocionalmente”, revelou Spizzirri. “Desta vez, me senti mais fresco e preparado mentalmente, o que fez toda a diferença. Ganhar as três partidas nas qualificatórias em 2024 me deu confiança, mas entrar direto como wild card tem suas próprias pressões — são situações diferentes, e você precisa aprender a lidar com elas.”

Enquanto Spizzirri descobriu sua entrada na chave principal somente três dias antes do sorteio, Dostanic soube muito antes, ao vencer o USTA American Collegiate Wild Card Championship, torneio que concede um convite direto ao campeão entre os principais jogadores universitários dos EUA. Dostanic representa Wake Forest University, campeã da NCAA por equipes.

Já Spizzirri brilhou pelo University of Texas, onde foi frequentemente o número 1 do tênis universitário americano em 2023 e 2024, anos em que também recebeu o título de Jogador do Ano pela Intercollegiate Tennis Association (ITA). Apesar disso, nunca conquistou o título individual da NCAA nem havia obtido convite direto para a chave principal do US Open antes de 2025.

Sua trajetória no tênis começou aos seis anos no Round Hill Club, em sua cidade natal. Grande parte das boas recordações que tem do US Open são das fases de qualificação, incluindo partidas memoráveis como um confronto entre Colin Altamirano e Ryne Williams, este último primo de seu técnico Chris Williams.

“Eu ia para as qualificatórias porque era de graça, podia ficar o dia inteiro, aprender com os treinadores e curtir o tênis”, lembra Spizzirri. “Era assistir tênis e correr atrás das meninas — coisas de criança, mesmo.”

Apesar da proximidade de sua casa ao centro de treinamento nacional, Eliot opta por se hospedar em um hotel em Nova York durante o torneio para evitar estresses. “Moro perto, mas prefiro ficar na cidade. Evito problemas como um pneu furado ou trânsito, e ter massagem e comida à disposição ajuda muito a focar.”

O ano de 2025 marca sua estreia como profissional em tempo integral, com ranking 127º no mundo ao iniciar o US Open. Com a manutenção e evolução desse desempenho, o objetivo é entrar no top 100 e evitar as disputas nas qualificatórias dos Grand Slams, garantindo assim acesso direto às principais competições.

A trajetória de Spizzirri, de fã a competidor de sucesso no maior palco do tênis mundial, é prova de dedicação, talento e a busca constante pela evolução.

Fonte: World Tennis Magazine