Elizabeth Mandlik tem um legado pesado para carregar: sua mãe, Hana Mandlikova, é uma lenda do tênis, com dois títulos do Australian Open e cinco Grand Slams no currículo, além de fazer parte do Hall da Fama do tênis. Mas Elizabeth não só assume essa herança como também quer deixar sua própria marca.
O vínculo da família com Melbourne vai ainda mais longe: o avô de Elizabeth, Vilem Mandlik, participou dos Jogos Olímpicos de Verão de 1956, em Melbourne, alcançando as semifinais dos 200 metros rasos. “Talvez eu possa ser a terceira da família a fazer algo grande por aqui”, contou Elizabeth em entrevista ao Tennis.com.
Essa “coisa grande” a que ela se refere é a vaga conquistada para o Australian Open 2024, já como integrante da chave principal, sem precisar passar pelas qualificatórias. Elizabeth garantiu isso ao vencer o Desafio Australian Open Wildcard da USTA, superando rivais como Claire Liu. Agora, ela tem a certeza de jogar em Melbourne novamente – ela fez sua estreia no torneio em 2023.
“É uma baita oportunidade para nós, americanos, disputarmos a vaga e batalharmos entre si pelo wild card”, contou Mandlik. “Quando percebi que também estava na briga pela vaga direta, já tinha assegurado meu lugar nas qualificatórias, o que tirou um enorme peso das minhas costas.”
Ela relembra que a disputa foi intensa: “Foi louco como tudo aconteceu. Ambas vencemos a primeira rodada, eu também avancei na segunda. Se ela tivesse ganho a segunda rodada, jogaríamos uma contra a outra para decidir o wild card. Ela acabou perdendo cedo, mas pensar naquela partida com tudo que estava em jogo seria um nível totalmente diferente de pressão. Foi meio decepcionante não jogar esse duelo, que teria sido uma experiência e tanto, mas fiquei muito feliz em garantir minha vaga direto.”
Ter o convite direto significa mais tempo para Elizabeth se preparar, sem precisar encurtar sua pré-temporada para viajar cedo para a Austrália. Ela estreia no Australian Open oficialmente neste ano após ter entrado ano passado como lucky loser – uma entrada sem ter vencido nas qualificatórias.
“Quando você precisa passar pelas qualificatórias, fica mais difícil porque perde um aquecimento extra, além da pré-temporada que fica mais curta”, explicou Mandlik. “Ter o calendário definido com a chave principal deixa tudo mais fácil e tranquilo. Venho jogando as qualificatórias nos últimos anos, então ter esse wild card significa muito. Tudo fica mais calmo.”
Em 2023, Elizabeth viveu um ano de destaque ao vencer Alison Riske-Amritraj em San Jose e quase derrotar Paula Badosa na mesma competição. Ela também conquistou sua primeira vitória em chave principal no US Open, mas enfrentou dificuldades depois disso. Contudo, após trocar de técnico, a americana voltou a encontrar seu melhor jogo.
“Eu costumava ser uma jogadora muito emocional. Tinha semanas incríveis e outras horríveis, e me frustrava demais. Era uma montanha-russa mental. Com o tempo na carreira e marcando presença no top 100, aprendi a controlar a mente e reagir a tudo como se cada dia fosse igual”, revelou.
Ter uma mãe campeã pode ser bênção e desafio ao mesmo tempo. Elizabeth recebe conselhos dela, mas constrói seu próprio caminho dentro das quadras.
“Sou muito grata por jogar o esporte que minha mãe jogou. Ela conhece todos os detalhes e me prepara para as situações delicadas em que posso me encontrar. Claro que tenho que aprender muita coisa sozinha, mas ela entende o que eu sinto e isso me faz estar um passo à frente. O apoio e conhecimento que recebo dela são enormes.”
Com essa confiança renovada e a vaga garantida no Australian Open, Elizabeth Mandlik quer mostrar que está pronta para deixar seu nome na história do tênis, assim como sua mãe e seu avô fizeram antes dela.
Fonte: Tennis Up To Date
