Novak Djokovic não tem poupado palavras para questionar o pouco envolvimento dos principais jogadores do circuito em protestar contra o novo formato dos torneios Masters 1000 de duas semanas, um tema que voltou a esquentar após a realização dos eventos estendidos no Canadá e Cincinnati.
O formato tradicional desses torneios, que costumava durar uma semana, teve sua duração ampliada para cerca de 14 dias, gerando críticas de nomes como Carlos Alcaraz, Taylor Fritz e Alexander Zverev, que reclamaram da extensa programação que acaba pesando no calendário dos atletas.
Djokovic, uma lenda do tênis com mais de 20 anos como profissional e vencedor dos nove torneios ATP Masters 1000, destaca que o que incomoda não é apenas o modelo atual, mas sobretudo a baixa participação dos próprios jogadores nas discussões e decisões que envolvem essas mudanças. Durante sua coletiva no US Open, o sérvio de 38 anos afirmou:
“Não sei se esse formato voltará a ser como antes, porque para isso precisaria de muito empenho dos organizadores da ATP e da união dos eventos Masters, o que duvido que aconteça. Não sei qual é o sentimento dos torneios sobre isso, para ser sincero.”
Além disso, Djokovic, que é um dos fundadores da Professional Tennis Players Association (PTPA), ressaltou a falta de engajamento dos atletas nas reuniões onde se discutem questões fundamentais para preservar o bem-estar dos jogadores no circuito:
“Percebi que muitos jogadores, inclusive os top, foram contra a mudança para quase duas semanas nos eventos Masters. Eu apoio os jogadores, mas quando era hora de agir, negociar e tomar decisões, a participação deles não foi suficiente. Isso tem sido uma constante, especialmente entre os principais.”
Desde o início da temporada 2024, Djokovic tem participado de menos Masters, ficando de fora dos torneios de Madri, Roma, Canadá e Cincinnati. Sua última partida oficial de torneio ocorreu nas semifinais de Wimbledon em julho. Atualmente número 7 do mundo, o sérvio fez uma pausa para ficar com a família, mas voltou ao circuito no US Open, onde tenta conquistar seu 25º título de Grand Slam.
No Aberto dos Estados Unidos, Djokovic estreará contra o jovem talento americano Learner Tien, em um confronto que marca sua busca pelo título que o deixaria ainda mais próximo dos maiores da história do esporte. Na sequência, ele pode enfrentar um lucky loser ou um qualificado, e possivelmente cruzar com o americano Alex Michelsen nas oitavas de final.
Se avançar, partidas potencialmente duras o aguardam, como contra Holger Rune ou Frances Tiafoe, e nas quartas, uma possível semifinal contra nomes fortes como Taylor Fritz ou Jakub Mensik, que já conquistou uma vitória sobre Djokovic na final do Miami Open. No caminho, o espanhol Carlos Alcaraz surge como principal ameaça na semi, com os dois se enfrentando com 5 vitórias a 3 favoráveis ao sérvio no histórico de confrontos, sendo a última vitória de Djokovic no Australian Open deste ano em quatro sets.
Enquanto isso, Alcaraz começará sua campanha contra Reilly Opelka, também apostando na dura disputa em Nova York.
A discussão sobre o formato dos Masters 1000 segue em aberto, e as declarações de Djokovic trazem luz para uma questão central: a necessidade de envolvimento efetivo dos jogadores para que o circuito evolua de forma equilibrada, respeitando a saúde e o calendário de quem compete.
Fonte: FirstSportz