Andy Roddick, ex-campeão do US Open e ícone do tênis americano, saiu em defesa apaixonada dos jogadores dos Estados Unidos diante das críticas que a modalidade masculina enfrenta nos últimos tempos. Enquanto o tênis feminino dos EUA tem brilhado bastante, com presença garantida nas finais dos Grand Slams e títulos conquistados, o cenário do tênis masculino tem sido analisado com olhos desconfiados. Mas Roddick aponta que essa visão está muito longe da realidade atual.
No circuito feminino, os EUA mostram força: Madison Keys faturou o Australian Open, Coco Gauff brilhou em Roland Garros no saibro francês, e Amanda Anisimova chegou às finais de Wimbledon e do US Open, enfrentando as estrelas Iga Swiatek e Aryna Sabalenka. Já o tênis masculino viu apenas uma finalista americano nos últimos 16 anos — Taylor Fritz, que perdeu para o italiano Jannik Sinner na final do US Open 2024 em sets diretos.
Roddick, que disputou a última final americana masculina de Slam em 2009, quando foi derrotado por Roger Federer em um jogo épico de cinco sets em Wimbledon, ressaltou que o panorama mudou muito. Ele lembra que, há pouco mais de uma década, o melhor jogador dos EUA estava no 25º lugar do ranking mundial, enquanto este ano 23 tenistas americanos competiram no US Open — um número expressivo que indica crescimento.
Em seu podcast “Served”, Andy falou com sinceridade sobre esse progresso:
“Não são 22 anos sem sucesso nos Grand Slams para os americanos. É muito menos. Eu mesmo tive falhas, e essa narrativa de ‘passa ou reprovado’ em vencer Sinner ou Alcaraz não faz sentido. Há 10 anos, o melhor americano era 25º do mundo, e tínhamos apenas sete na chave principal. Agora são 23 no US Open. Temos que comemorar o progresso, senão estamos sendo preguiçosos.”
Ele ainda destacou o desempenho de jogadores como Tommy Paul, Francis Tiafoe, Ben Shelton e o próprio Fritz, que vem sendo semifinalista regular e agora finalista em Grand Slams. A conversa que se tinha há dez anos, na opinião de Roddick, simplesmente não existe mais, apesar de ainda restar um “ressaca” da era anterior para superar.
Segundo Roddick, é fundamental analisar a evolução de forma equilibrada, deixando de lado comparações com antigas estrelas como Andre Agassi, Pete Sampras ou Jim Courier, para valorizar as conquistas atuais:
“Ben Shelton antes da lesão, ganhando um Masters 1000; Taylor Fritz encarando as críticas de frente; Francis brilhando em Nova York quando está saudável. Isso é progresso.”
O ex-número 1 do mundo e campeão do US Open em 2003 também criticou o tom repetitivo e injusto das críticas lançadas contra os atletas, reforçando que o tênis masculino americano está em um caminho de recuperação e crescimento. Para fãs e críticos, fica o convite para olhar com mais respeito e paciência essa nova geração que tenta retomar o protagonismo no cenário internacional.
Fonte: Express